Ceramistas querem um evento similar à Bienal de Desenho e Escultura

0
769
Autores
Alguns dos autores que integram esta mostra dedicada à cerâmica contemporânea de autor

O Museu da Cerâmica acolhe, desde o dia 23 de Outubro, a exposição “Cerâmica Contemporânea de Autor” que integra trabalhos de 12 artistas de várias gerações. Na exposição podem ser apreciadas obras de Ana Sobral, Armindo Reis, Bolota, Carlos Enxuto, Eduardo Constantino, Fernando Miguel, Herculano Elias, Leonel Telo, Mário Reis, Paulo Óscar. Estão também presentes obras de Alberto Miguel e Armando Correia (ambos já falecidos).

Esta iniciativa  pretende mostrar a produção dos criadores contemporâneos – que vivem ou viveram ou apenas trabalharam nas Caldas – e tem como objectivo encontrar as afinidades entre as novas criações e a cerâmica local. Há por outro lado a intenção mostrar quais são os novos caminhos e as novas assinaturas dos autores que hoje se expressam no barro.
“Porque é que nas Caldas, cidade da cerâmica, se realizam há mais de 20 anos Bienais e simpósios de escultura em pedra?”. Esta foi uma das questões colocadas por Eduardo Constantino, um dos ceramistas que integra a mostra e que desenvolve o seu trabalho na Bretanha em França.
Este autor, que também lamenta que nas Calda não haja um grande museu desta arte, gostaria que pudesse ser pensado um evento, um Simpósio ou Bienal desta arte com história nesta localidade. A ideia foi corroborada por vários dos seus pares.
A vereadora Maria da Conceição Pereira não fechou a porta à ideia e contextualizou a sua concretização na Festa da Cerâmica cuja edição está prevista para o próximo ano e que voltará a ser comissariada pelo investigador João Serra, tal como na primeira edição em 2009.
Aquela responsável acha que um evento dedicado à cerâmica é muito mais exigente do que aqueles ligados à pedra pois para realizar peças de grandes dimensões e de exterior “são precisos grandes fornos e pastas resistentes que implicam uma série de condições”.
Para a autarca é necessário discutir com os ceramistas o modelo da realização, “pois poderá haver outras formas de apresentação similares, tão ou mais interessantes do que as bienais ou os simpósios”. A vereadora afirmou que gostaria que o ceramista Eduardo Constantino até liderasse tal processo. A autarca mencionou ainda que já foram feitas algumas experiências que uniram várias entidades como os museus, a Câmara e o Cencal.
Esta mostra “Cerâmica contemporânea de Autor” vai estar patente até ao dia 31 de Dezembro.

- publicidade -

Ampliação do Museu fechará rua e “entrará” pelo parque

Graça Filipe, subdirectora do IMC(Instituto dos Museus e da Conservação), esteve presente nesta cerimónia,  dando conta que estão a decorrer reuniões com a autarquia de modo a levar a bom porto a ampliação do Museu de Cerâmica numa união entre o poder central e o poder local.
A localização já é consensual e implicará o fecho da Rua Visconde de Sacavém (entre o museu e o parque) e ainda a entrada na área do parque D. Carlos I “potenciando se possível a ligação e implantação no parque”, comentou aquele responsável.
Graça Filipe louvou o esforço daquele museu na criação de novas sinergias com o contemporâneo e com “o retomar de uma linha de trabalho com a cerâmica de autor”, acrescentou.
O modelo de gestão que irá ser implementado “ainda está a ser ponderado” mas de qualquer modo Graça Filipe quer que o Museu de Cerâmica mantenha uma forte ligação territorial. A sub-directora ainda salientou o facto da futura ampliação contemplar a integração das colecções estatais e locais. Referia-se não só aos moldes da Bordalo Pinheiro como, por exemplo, à recém-adquirida Colecção Secla que terão lugar em futuros espaços.
“interessa também que a exposição permanente e a programação de exposições temporárias estejam relacionadas com o contemporâneo, com a produção de autor mas também  com  a produção industrial”, rematou.
A vereadora da Cultura, Maria da Conceição Pereira considera que é fundamental que a ampliação do museu seja financiada pelo QREN e para tal “estamos a trabalhar a todo o gás para saber quem avança com o projecto para o museu, se a Câmara ou se o IMC”.  Ainda segundo a vereadora a próxima reunião terá lugar nas Caldas a 9 de Novembro e definirá regras desta parceria entre o Estado e a Câmara.
A autarca disse também que decorrem negociações entre a autarquia e o CHON por causa da cedência de parte de alguma área do parque, “um compromisso que foi assumido há já alguns anos”.

- publicidade -