Ceramistas locais abrem atelier e integram grupo nacional de performance

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Os ceramistas Miguel Neto e Paula Violante estão com o seu atelier aberto para promover uma venda de peças para o Natal. O atelier fica no armazém da Rua Adelino Soares de Oliveira no nº 19B e pode ser visitado nos próximos sábados. Os dois autores integram o grupo também os Desalinhados, um grupo que se dedica à performance e que tem como mote a própria cerâmica. A última actuação deste agrupo decorreu recentemente durante a abertura da Bienal Internacional de Cerâmica de Aveiro.

“Queremos convidar a cidade a vir conhecer-nos”, disseram Miguel Neto e Paula Violante que têm as portas do seu atelier abertas nos sábados de Novembro e Dezembro e têm uma venda de peças, com preços especiais, a ter em conta nesta época natalícia.
Os autores estão também a assinalar o primeiro ano de funcionamento do seu atelier em pleno centro da cidade, próximo da estação da CP. À venda estão peças dos dois artistas, referentes a várias fases dos seus percursos. Ideias e projectos não faltam a estes ceramistas que – além de darem respostas a encomendas e venderem as suas obras em vários certames do país – estão a ponderar vender cerâmica na Praça da Fruta. “Hoje passei lá de manhã e não há cerâmica à venda”, rematou Paula Violante que quer levar a cerâmica contemporânea àquele espaço simbólico de venda das Caldas.

Cerâmica no palco

Os Desalinhados são um grupo de ceramistas portugueses que têm mais de 20 anos de experiência de trabalho e de partilha entre eles. Conheceram-se nas feiras de cerâmica e todos quiseram fazer chegar a cerâmica “ao coração de mais gente”, disseram Miguel Neto e Paula Violante, os artistas que vivem e trabalham nas Caldas e que integram este colectivo. A eles uniram-se Alberto Azevedo, António Duarte, Ana Lousada, Ana Maló, Carlos Lima, Carlos Neto, Vasco Baltazar e Xana Monteiro.
“Somos todos oleiros profissionais, todos vivemos da cerâmica e como tal quisemos criar uma performance em volta do nosso métier”, disseram os autores que nesse performance rodam peças, fazem modelação directa e finalizam “vestindo” uma peça de olaria. A primeira peça que fazem à roda é feita em simultâneo pelos nove intérpretes que assim mostram também o domínio da técnica. A performance é acompanhada pelo músico convidado, Gustavo Dinis.
Uma das ceramistas, Xana Monteiro tinha ligações com o grupo de teatro ACERT (Associação Cultural e Recreativa de Tondela) cujos responsáveis deram uma ajuda ao grupo de ceramistas para dar um fio condutor aos seus espectáculos. Na actuação, Ana Lousada é a “maestrina” do grupo e interpreta uma senhora muito rígida que tem o papel de interligar os restantes ceramistas que se encontram a trabalhar à roda e a criar novas peças.
A performance, “anteriormente era muito livre”, mas com a ajuda dos responsáveis do ACERT passou a ter uma história, com vários momentos chave.
A última apresentação do grupo teve lugar em Aveiro, durante a inauguração da Bienal Internacional de Cerâmica e os ceramistas “transformaram-se” em freiras aludindo às antigas habitantes do Convento de Sta. Joana onde actualmente se encontra instalado o Museu Municipal local. Os Desalinhados já apresentaram performances em Tondela (quando o ACERT comemorou os seus 40 anos), em Albergaria, na Cerdeira (Serra da Lousã), em Coimbra e em Viseu.

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