Ceramistas da região marcam presença na Bienal de Aveiro

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Abriu no fim de semana passado a Bienal Internacional de Aveiro e há ceramistas locais a participar nas exposições

O mais importante acontecimento nacional e um dos mais importantes da nível internacional, a XVI Bienal Internacional de Cerâmica Artística de Aveiro, abriu as portas a 28 de outubro, dia em que foram conhecidos os vencedores da edição de 2023 e a centena de escolhidos por um júri internacional entre um milhar de candidaturas a nível mundial.
Entre a menos de uma dezena de escolhidos nacionais estão três ceramistas com atelier nas Caldas da Rainha e S. Martinho do Porto: ana+betania e e Stela Ivanova.
Os prémios da 16.ª Bienal Internacional de Cerâmica Artística de Aveiro couberam no primeiro lugar, no valor de 13.000 euros, à obra “Balance in Red”, da autoria de Paula Bastiaansen, dos Países Baixos. O segundo, de 8.000 euros, agraciou a obra “Grow”, de Hidemi Tokutake, do Japão e o terceiro, de 4.000 euros, foi para a obra “Handle With Care”, de Ming-Miao Ko, de Taiwan. Houve mais de uma dezena de menções honrosas.
Nesta edição apresentaram-se a concurso 565 artistas (o dobro da edição de 2021) com 915 obras cerâmicas, de 62 nacionalidades, tendo o júri selecionado para a exposição final e concurso 84 obras que correspondem a 104 peças de artistas de 37 nacionalidades.
A exposição vai estar patente no Museu de Aveiro/Santa Joana – até ao dia 28 de janeiro de 2024. Na cerimónia de inauguração foi dado a conhecer que o município de Aveiro vai lançar o concurso para realizar a obra do futuro museu da bienal de cerâmica artística. Este ficará no edifício da antiga biblioteca municipal, que será reabilitado, sendo o projeto de arquitetura da autoria de João Mendes Ribeiro que trabalha na Câmara de Aveiro.
A Bienal inclui várias exposições em inúmeros locais da cidade de Aveiro, entre os quais uma dos membros portugueses da Academia Internacional de Cerâmica, na Galeria Morgados da Pedricos, que integra o caldense Carlos Enxuto e a dupla Ana+Betania, artistas que têm o seu atelier de cerâmica nas Caldas, bem como, as propostas cerâmicas de João Carqueijeiro, Sofia Beça, Xana Monteiro, Heitor Figueiredo e Yola Vale.
Esta é a primeira vez que se reúnem numa exposição as obras dos autores portugueses que fazem parte da Academia Internacional de Cerâmica, organização que vai ter em Setembro próximo em Alcobaça e nas Caldas o seu Congresso Mundial, que reunirá centenas de ceramistas de todo o mundo.

Bienal em crescimento
Segundo Stela Ivanova, a Bienal de Aveiro “está a aumentar de envergadura, (em breve terá o seu próprio museu) e está a suscitar cada vez mais interesse por parte da comunidade artística internacional”. Stela Ivanova – que trabalha com grês e porcelana – acredita que a próxima edição “será ainda mais cobiçada e concorrida”.
Ana Cruz, da dupla ana+betania concorda que a Bienal tem “um programa mais extenso e mais rico” e que está “muito melhor em relação aos aspetos organizativos”. Desta forma, o evento vai continuar a cativar muitos artistas estrangeiros e bater recordes de participação. A dupla de ceramistas concorreu com “Reminiscências” à Bienal e possui quatro obras, patentes na exposição da AIC.
Entre várias mostras, que podem ser apreciadas em diferentes espaços da cidade de Aveiro, conta-se “A Poética da Erosão” de Cecília de Sousa, que se encontra na Galeria da Antiga Capitania.
Esta edição da bienal ainda integra exposições de ceramistas convidados. No Museu Arte Nova está a mostra de Ellen van der Woude, no Antigo Edifício Estação de Juana Fernandez, no Museu da Cidade de Aveiro da Coletiva – Latvia Ceramics Biennale e de Laure Delamotte-Legrand, no Claustro da Misericórdia da Coletiva da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, bem como os rituais do chá da Coleção Bienal nos vários hotéis da cidade.■

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