
Três elementos da Associação dede Autor Colectivo 3 Cês – Mário Reis, Jorge Melo e Ana Sobral – acompanhados por Teresa da Costa da Inteli – Inteligencia em Inovação visitaram, no final de Setembro, Vallauris- França, no âmbito do projecto Interreg.
O objectivo da visita foi a partilha de boas práticas que contribuam para o desenvolvimento da cerâmica a nível cultural e económico. Presente estiveram também uma delegação de três ceramistas e dois organizadores de eventos da cidade de Abruzzos em Itália, que é também parceira deste projecto baseado em Alcobaça.
O grupo visitou vários ateliers, galerias, uma escola e um museu municipais de cerâmica, este último que alberga uma colecção importante de obras de vários artistas como Picasso ou Chagal.
O ponto central do programa foi a visita à Bienal Internacional de Cerâmica de Vallauris que é uma das mais importante da Europa e cujas peças estavam distribuídas por vários espaços daquela cidade francesa, como galerias, museus e até num espaço que antes acolhera uma igreja.
“É impressionante a importância que nessa cidade dão à cerâmica e aos seus ceramistas. Respira-se cerâmica por toda a parte”, disse Mário Reis, autor caldense e dirigente da Associação Três Cês acrescentando que naquela localidade se “sente” a alma de Picasso que em 1948 foi viver para aquela região, depois de ser ter apaixonado pelo artesanato local, sobretudo pela olaria que ali se produzia.
O artista teve um papel importante no reconhecimento da cidade onde viveu até 1955. “Nota-se que há um aproveitamento à volta do nome deste artista o que é legitimo e pode até ser positivo”, disse o caldense. Mas segundo aquele ceramista, Vallauris “não adormeceu à sombra de Picasso, investiu no desenvolvimento na área da cerâmica e solidificou a sua imagem como importante centro cerâmico e hoje tem uma das mais importantes Bienais do mundo”, acrescentou.
Mário Reis ainda sublinhou o facto do município de Vallauris estar a reconstruir espaços degradados da cidade e a convidar artistas para se instalarem nesses locais depois de recuperados, aliás como é feito na maioria das cidades da Cote d´Azur (costa mediterrânica francesa).
“Fomos todos muito bem recebidos”, contou o ceramista acrescentando que tiveram inclusivamente a oportunidade de realizar uma exposição colectiva onde participaram ceramistas de Portugal, de França e de Itália e que mais tarde será apresentada nos países parceiros.
Também se sucederam outros projectos como uma segunda mostra que foi apresentada numa galeria da localidade vizinha Antibes.
A INTELI – Centro de Inovação, em parceria com 12 municípios com forte especialização no sector da cerâmica e artesanato – de Portugal, Hungria, França, Roménia, Eslovénia, Espanha e Grécia – encontra-se a desenvolver uma análise desta indústria a nível europeu e nacional. O objectivo traduz-se na preservação e revitalização deste património cultural, fazendo deste sector um motor do desenvolvimento das economias locais.
A troca de experiências e boas práticas entre as realidades de cada região envolvida no projecto, têm sido um dos meios mais eficazes para gerar dinâmicas de interacção na rede de municípios envolvidos, ao nível empresarial, talentos e institucional. Portugal já participou também na mostra de boas práticas em Abruzzo – Itália com uma comitiva que incluía a empresa Braz Gil Studio.






























