É na galeria de São Roque que se encontra uma exposição de mulheres artistas e que inclui peças de cerâmica de caldenses
”A Tribute to Women. Artists in the São Roque Collection” é a mostra que se encontra na São Roque – Antiguidades e Galeria de Arte, em Lisboa, até ao fim de setembro.
A exposição, que reúne um conjunto de 91 trabalhos de 40 artistas portuguesas que fazem ou fizeram parte da coleção desta galeria, tem peças relacionadas com as Caldas e também com Óbidos, dado que logo à entrada da exposição é uma natureza morta de Josefa d’Óbidos.
Presentes estão, também, obras da ceramista Elsa Rebelo, assim como de Hansi Staël, que foi diretora artística da Secla, e de Maria Luísa Fragoso, artista que foi mulher do escultor caldense João Fragoso e que teve um ateliê de cerâmica em Lisboa. Há, de resto, uma coleção de obras desta artista que pertencem ao acervo do Museu de Cerâmica.
Esta exposição – que integra propostas artísticas de Aurélia de Sousa, Eduarda Lapa, Sarah Affonso, Ofélia Marques, Vieira da Silva, Maria Keil, Lourdes Castro, Paula Rego, Ana Jotta, Ana Marchand, Graça Morais, Ana Vidigal e Joana Vasconcelos – pretende “homenagear as mulheres artistas portuguesas tão silenciada ao longo da história em Portugal e noutros países”, disse Mário Roque, o colecionador e proprietário da Galeria São Roque à Gazeta das Caldas.
A mostra apresenta 90 obras apenas de artistas portuguesas de várias gerações
A mostra, explicou o responsável, incide nas obras da coleção daquela galeria lisboeta. Representada está a cerâmica de várias autoras, arte que, para Mário Roque, “tem sido muito pouco apoiada, tendo sido até considerada como uma arte menor em relação a outras formas de expressão”. Em sua opinião, o país “tem excelentes mulheres ceramistas”, cujas obras “têm captado o interessado não só novos públicos em Portugal como também têm atraído estrangeiros”.
A mostra sobre as mulheres artistas portuguesas esteve pensada para ser apresentada em Bruxelas no âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia em janeiro. Não tendo sido possível, a Gulbenkian realizou iniciativa similar em junho, tendo a São Roque associado também a este tributo às autoras, pois o seu responsável considera-a “da maior atualidade e relevância”.
Ao longo dos séculos, muitas autoras viram o seu papel secundarizado no mundo das artes, tendo algumas usado nomes masculinos para pode expor, chegados ao século XX “já se constata o inverso”, comentou Mário Roque. Afinal, artistas como Victor Willing (marido de Paula Rego), Arpad Szenes (de Vieira da Silva) acabaram por ficar em segundo plano “dada a grandiosidade das obras das suas companheiras”, rematou.
A mostra “Tributo à Mulher” está patente na Galeria de S. Roque até ao fim de setembro. ■






























