Centro da Juventude apresentou primeiro livro de um autor com ligações às Caldas

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João Luís Silva ladeado pela amiga Margarida Remédio e Susana Bento, coordenadora editorial da Chiado Editora

“No mercado português não é muito fácil editar livros de autores desconhecidos, mas há muito bons escritores em Portugal”, afirmou Susana Bento, coordenadora editorial da Chiado Editora, durante a apresentação do livro “A paixão é um estado de sítio”, a 12 de Fevereiro, no Centro da Juventude das Caldas da Rainha.
“A paixão é um estado de sítio” é a primeira obra de João Luís Silva, um angolano que durante muito tempo esteve radicado na região e que actualmente está a trabalhar em Angola.

O escritor fez questão de fazer o lançamento do livro nas Caldas por causa da ligação que mantém com esta cidade, para onde veio morar em 1975 durante a descolonização. É também nesta cidade que mantém grande parte dos seus amigos.
Na apresentação, Susana Bento sublinhou que a Chiado Editora é a que mais edita autores contemporâneos portugueses. “Todos os meses editamos em média cerca de 20 títulos”, referiu.
João Luís Silva enviou a sua proposta por email, um método que agrada à editora porque é uma forma de receberem mais facilmente potenciais livros. Só num mês chegam a receber cerca de 200 originais de pessoas que gostariam de ver os seus livros publicados.
A selecção é feita pelo departamento de apreciação de obras. “É uma equipa que analisa cada original individualmente e depois nos sugere, ou não, a edição dessa obra”, explicou Susana Bento.
Alguns são publicados como edição de autor (o que não é habitual nesta editora), mas a empresa faz questão de apostar na qualidade do que é vendido no mercado.
Embora a primeira edição de “A paixão é um estado de sítio” tenha apenas 550 exemplares, há a possibilidade de fazer várias reedições, de acordo com a aceitação que o livro tenha.
“A primeira edição de um novo autor é sempre um teste”, disse a coordenadora editorial da Chiado Editora, que garantiu que João Luís Silva é um dos bons autores portugueses que têm qualidade e merecem ser editados. Foi por isso decidiram apostar nele.
Com o livro impresso, vão fazer várias apresentações e de acordo com as vendas, podem fazer uma reedição com mais exemplares. No caso de João Luís Silva, está a ser estudada a possibilidade de fazer uma apresentação do livro em Angola e a sua posterior edição neste país, um mercado onde a Chiado Editora já trabalha.
“Como a história do livro se passa entre Lisboa e Luanda, é mais fácil o mercado angolano se aproximar da obra”, considera Susana Bento.

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Amigos incentivam autor a apostar na escrita

A amiga de infância que o incentivou a escrever esta obra, Margarida Remédio, esteve na apresentação e contou como durante uma conversa através da Internet o questionou “porque é que perdes tempo a escrever textos para um blogue, em vez de avançar para um livro?”.
Margarida Remédio, que é professora, recorda-se que João Luís Silva demorou pouco tempo a escrever o livro. “Quando ele o mandou para mim, li-o de uma rajada”, contou. Na sua opinião, o livro está “extremamente bem escrito e muito bem estruturado”.
De tal forma gostou do resultado final, que Margarida Remédio acha que o seu amigo a partir de agora vai escrever muitos livros. “O João Luís tem desperdiçado um bocado a vida dele noutras áreas que não são aquelas que ele efectivamente gosta, em prol da família”, comentou, sublinhando que a música e a escrita são as paixões dele.
“Desde há 30 anos que lhe digo que ele tinha seguido caminho errado e estava a desperdiçar os seus talentos”, referiu Margarida Remédio, adiantando que a idade do autor, 50 anos, é também uma boa altura para “começar de novo”.

 

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