
O Museu de Cerâmica acolhe a exposição “Um ano de cerâmica e vidro – CENCAL”, que abriu ao público a 26 de Julho e que é constituída pelos principais trabalhos dos cursos realizados ao longo dos últimos doze meses no centro de formação caldense.
O Cencal desenvolve a formação técnica e artística na cerâmica nas suas instalações nas Caldas e, desde o
ano passado, também na Marinha Grande, em relação à formação no vidro.
O centro de formação está também apostado em proporcionar nas Caldas oportunidades de formação na área do vidro e da cerâmica na Marinha Grande, aproveitando o know how e os novos recursos que o Cencal agora dispõem em ambos os locais.
Após a inauguração e a visita á exposição, o ceramista italiano Emídio Galassi fez uma apresentação sobre uma grande obra que possui na sua terra natal, Faenza, que é a capital da cerâmica decorativa no seu país, provando como este material continua a ser de excelência para a execução de trabalhos de arte pública, mesmo em tempos de crise (ver texto ao lado).

“A missão do Cencal mudou desde o início deste ano com a integração da formação na área do vidro que damos no nosso pólo da Marinha Grande”. Palavras de Ana Bica, a directora do Cencal, em regime de substituição, na inauguração da exposição. E por causa de se ter juntado uma nova área de formação, esta mostra se realiza no Museu de Cerâmica “é diferente das anteriores pois une, pela primeira vez, duas artes do fogo”, disse a responsável. Actualmente, nas instalações da Marinha Grande, já estão a realizar-se cursos de cerâmica e “iremos dar a formação que é possível na área do vidro nas Caldas”, acrescentou. A ideia é que as duas formas de arte “não sejam estanques, podendo até existir interessantes encontros”.
Segundo aquela responsável na exposição podem ser apreciados trabalhos desenvolvidos desde 2011 por formandos das duas áreas. No que diz respeito à cerâmica, a responsável afirmou que o Cencal mantém a sua missão de “continuar a tradição da cerâmica, tentando sempre inovar”.
A visita à mostra decorreu guiada pela ceramista Jesus Sheriff e pela designer Joana Silva, que deram informações sobre as áreas da cerâmica e do vidro.
Da primeira área podem ser apreciados trabalhos que se realizaram nos cursos “Mestres Barristas – Mestre Fernando Miguel – Cerâmica Tradicional das Caldas da Rainha”, de Azulejaria, de Paper Clay, de Azulejaria de Aresta, de Iniciação à Olaria e do curso de Cerâmica Criativa. Segundo Jesus Sheriff pela primeira vez estão também presentes os resultados dos cursos técnicos de pastas e vidrados de efeitos especiais.
Em relação ao vidro marcam presença trabalhos dos cursos de Técnicas de Fusão, Técnicas de Produção pelo Método vidro soprado, Incalmo e Cane, acções que segundo Joana Silva resultaram do trabalho efectuado na zona quente, que decorreu durante o início de 2012, quando o respectivo forno esteve ligado em contínuo, por dois meses. “São trabalhos que mostram as várias possibilidades que se podem usar na criação das obras em vidro de forma artesanal”, disse Joana Silva que ainda acrescentou que, entre os trabalhos apresentados, constam peças feitas por estudantes da ESAD.CR e das Belas Artes do Porto.
Após a inauguração da mostra, o ceramista italiano Emídio Galassi – que esteve nas Caldas a coordenar um curso de grande escultura – apresentou uma instalação de arte pública e que designou “A Cidade do Prazer” e que pode ser apreciada em Faenza.
Esta sua obra com 40 metros de comprimento, é povoada por pequenas personagens em barro e em várias zonas há água que desce das paredes da instalação. “Quando criei esta instalação quis criar espaços onde as crianças pudessem brincar e outras onde os casais pudessem sentar-se para conversar e namorar um pouco”, disse o autor. Galassi foi o vencedor do Prémio Internacional da Bienal de Faenza em 1983 e é professor jubiliado do Istituto Statale d’Arte per la Ceramica “G.Ballardini”.
Natacha Narciso
nnarciso@gazetadascaldas.pt






























