Celebrar 40 anos da interpretação de “Morte e Vida Severina” quinta-feira às 18h30 no auditório da ESAD – Gazeta das Caldas e ESAD promovem encontro sobreo teatro antes do 25 de Abril

0
1478
Imagens referentes à estreia da peça no ginásio da Escola Industrial e Comercial, hoje Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro

No próximo dia19 de Abril, pelas 18h30, na ESAD.CR vai decorrer uma sessão aberta a todos os caldenses, que assinala os 40 anos da representação da peça “Morte e Vida Severina” do poeta brasileiro João Cabral de Melo Neto, que foi representada nas Caldas por um grupo de finalistas da Escola Industrial e Comercial das Caldas da Rainha.
Viviam-se nessa época (1971 e 72) os últimos anos da ditadura em Portugal e por isso nesta sessão, com entradas gratuitas, pretendeu-se relembrar como se fazia teatro, escapando aos crivos da censura, antes da revolução dos Cravos.
Será com o objectivo de partilhar memórias sobre como foi ensaiar e representar “Morte e Vida Severina” que terá lugar essa sessão na escola de artes caldense. Assim, na próxima quinta-feira, 19 de Abril, será recordada aquela  experiência teatral, que reuniu vários professores e alunos.
A peça da autoria de João Cabral Neto, que foi depois do 25 de Abril cônsul do Brasil no Porto, com canções do então desconhecido Chico Buarque, foi representada em Portugal no final dos anos 60 e acabou por ser encenada na Escola Comercial e Industrial por iniciativa do professor da escola, Manuel Gil.A sessão – que une a Gazeta das Caldas à ESAD.CR- conta ainda  com o apoio cultural da Fundação Joaquim Nabuco, sediada no Recife que autorizou a difusão do filme em banda desenhada intitulado “Morte e Vida Severina”, com animação de Miguel Falcão e que dará início à sessão comemorativa.
Gazeta das Caldas entrevistou vários participantes do elenco da peça e também de dois espectadores dessas representações, uma nas Caldas e outra em Alfeizerão.
Além de algumas apresentações na região, o grupo de jovens caldense também participou no Festival de Teatro Amador de Évora, que decorreu no ginásio de uma escola eborense juntando mais de um milhar de pessoas. Depois da representação, o grupo de teatro organizava sempre um debate de ideias que naquele dia foi interrompido inopinadamente. Na assistência havia elementos da Pide/DGS a lançarem perguntas provocadoras (que depois seriam vertidas no relatório que divulgámos há duas semanas) e por isso o debate de ideias teve que terminar a conselho dos organizadores.
“Teve impacto em nós que éramos jovens e vivia-se ainda uma época antes da revolução”

António Salvo, director de seguros, frequentava então o curso Comercial na Escola Comercial Industrial (hoje Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro). Tinha  então 16 anos e conta que integrar o elenco da peça “foi uma experiência interessante”. Na sua opinião, o texto era “muito apelativo e ia contra as regras instaladas”.
A peça contava a história da fome, da miséria que um migrante do Nordeste encontrava na sua busca por uma vida melhor na cidade.
“Lembro-me que o director da escola não nos deixou representar segunda vez e nós então fomos pedir patrocínio do CCC, tendo o espectáculo ganho outro tipo de visibilidade”, recordou.
Além das várias apresentações no concelho das Caldas, António Salvo, salientou a ida a Évora lembrando-se que o

Maria José Alves conta que ter participado naquela peça “fez o grupo crescer e despertar”

protagonista da peça José António Martins Palma (que fazia de Severino) teve um problema de saúde grave e como tal na viagem até ao Alentejo teve que ser acompanhado pelo médico – o Dr. Custódio Freitas – cujo tratamento o permitiu representar a peça, apesar de bastante debilitado na voz.
Segundo António Salvo,  a maioria das pessoas do grupo ficou com o gosto pelo teatro e ainda integrou os elencos das peças seguintes que foram encenadas no CCC como, por exemplo, “O Canto do Papão Lusitano” (peça que ganhou vários prémios nacionais) e também no Rei Ubu. Ambos foram encenados por Manuel Silva Pereira, que também veio do teatro universitário e que era então oficial miliciano no RI5.
Salvo também salientou o facto do espectáculos ser feito em arena “o que permitia um maior envolvimento com o público”.
Contava-se a história de Severino que procurava trabalho e melhores condições de vida e pelo caminho, “apenas encontrava fome e miséria até que encontraou Mestre Capino surgindo aí um diálogo e uma esperança nova”, recordou o então actor. A peça termina com uma mensagem de esperança, com o nascimento de uma criança

António Salvo salientou que esta representação foi feita quando ainda se vivia em ditadura
- publicidade -

após a personagem principal passar por várias privações.
“A representação daquela peça teve impacto sobretudo em nós, jovens com idades entre os 15 e os 18 anos pois é preciso não esquecer que ainda se vivia antes da revolução”, concluiu António Salvo.

“Percebemos a relação do texto com a situação do nosso país”

“Tínhamos todos idades entre 14 a 16 anos e abraçámos o projecto do professor Manuel Gil”
. Palavras de Maria José Alves, 56 anos, hoje chefe de uma agência de turismo, uma das quatro raparigas que integrou o elenco da peça.
A então actriz conta que estudaram o texto com o docente e  “conseguimos perceber a relação que este tinha com o nosso país, fechado, onde as pessoas também precisavam de migrar para outras zonas para sobreviver”.

Judite Ramalho recordou que a peça relembrava as difíceis condições de vida que se viviam também em Portugal

Tal como outros elementos, Maria José Alves já tinha tido algumas experiências teatrais prévias, sobretudo no CCC.
A jovem actriz recorda que os ensaios  decorriam no ginásio e que a peça “Morte e Vida Severina” “terá sido das primeiras experiências teatrais em arena nas Caldas”.
Lembra-se também que entre os adereços da peça havia elementos que remetiam para a realidade portuguesa como uma enxada ou uma merenda, que era transportada num pau.
Maria José Alves recordou que após a primeira apresentação na escola foram feitas outras, já com apoio do CCC, na região. Évora foi a localidade mais distante onde aquele grupo de jovens deu a conhecer a sua versão de “Morte e Vida Severina. “Foi uma verdadeira aventura pois naquele tempo era difícil aos jovens deslocarem-se assim para representar”, disse.
A actriz lembra-se que o grupo caldense foi muito bem recebido e que não houve problemas com a representação. O debate que tinha lugar sempre no final das apresentações é que acabou por ser interrompido pois soube-se que havia agentes da Pide/DGS na sala.
Conta que a peça apesar de se referir à realidade brasileira encontrava paralelismos com a situação portuguesa. “Basta pensar no nosso Alentejo de onde saiu tanta gente para procurar vida melhor em Lisboa e continuava a encontrar fome a falta de compensação material”, comentou a participante que considera que

Júlio Madruga considera que a representação desta peça “abriu mentalidades e deixou um lastro cultural”

o texto de João Cabral Melo Neto “é simplesmente maravilhoso”.
Toda aquela experiência mostrou àquele grupo de jovens caldenses que afinal “a vida não era fácil” e acabou por “nos ajudar a crescer e a despertar”.
A peça teve um papel marcante pois “todos nos continuámos na vida teatral e foi maravilhoso pois através do teatro transmite-se cultura e mensagens para as restantes pessoas”.

Uma bandeira para um dia  em que houver liberdade…

“Éramos miúdos, tínhamos 15 e 16 anos e começámos no escuro”. Palavras de Júlio Madruga referindo-se ao início dos ensaios da peça “Morte e Vida Severina”, pois os jovens não conheciam  o texto de João Cabral Melo Neto e, aos poucos, “fomos percebendo a trama” e que afinal “tudo aquilo tinha a ver connosco”.
Este docente de Educação Visual e Tecnológica era já na época um jovem atento ao que o rodeava e conta por isso que já teria consciência social e sentia de perto questões várias como a guerra e a emigração. “Todas as semanas alguém fugia para França a salto”, sublinhou.
Júlio Madruga referiu também que havia  gente que era visitada e levada pela PIDE durante a madrugada. “Venho de uma família operária e rapidamente nos apercebemos disso, do problema dos  ouvidos indiscretos. Havia sempre essa contingência…”, recordou o participante.
Júlio Madruga, teria  então 11 anos, quando “descobri em minha casa uma bandeira portuguesa, muito dobradinha e perguntei à minha mãe o que era aquilo. Ela respondeu-me que era bandeira portuguesa para um dia quando houvesse liberdade…”, contou o participante deixando-se emocionar ao recordar a situação.
Em “Morte e Vida Severina” mencionam-se os coronéis que tinham poder sobre aos trabalhadores e nós em Portugal tínhamos as famílias que dominavam o país e os caciques que minavam as coisas. Há ainda um paralelismo entre os “retirantes” que vinham para o Recife e os nossos emigrantes que saiam do país à procura de melhores condições de vida.
Ainda sobre o individuo da Pide que assistiu à peça em Évora, este participante acha que este fez uma “uma interpretação rigorosa e correcta pois interpretou toda a trama e fez uma comparação com o nosso Alentejo”, recordou.
Resumindo, este participante considera que interpretar aquela peça ajudou aquele grupo de jovens a “abrir mentalidades e deixou lastro cultural”.  Foi pois “como um ritual de iniciação às actividades sociais e políticas”, resumiu.

“Creio que nenhum de nós tinha cantado em público antes”

Antes da Morte e vida Severina, Laurinda Ferreira,  já tinha feito três ou quatro peças de teatro na Escola Comercial e Industrial de Caldas da Rainha. A partir dos 11 anos, começou a participar regularmente nos espectáculos de teatro e em sessões de poesia, estas últimas organizadas pelo professor Bento Monteiro, “um amante da poesia e entusiasta da sua divulgação entre os jovens”, recordou a actriz caldense, hoje com 56 anos.
Quem não gostava das participações nos ensaios de teatro de Laurinda Ferreira era a sua professora de Economia Doméstica pois a estudante pedia-lhe  muitas vezes dispensa das aulas para poder ensaiar. “Para mim era um alívio, uma vez que os cozinhados e cerzidos não me entusiasmavam muito”, disse.
Em contrapartida, a hoje actriz profissional caldense, adorava os ensaios e tinha uma verdadeira paixão pelo texto e canções da Morte e Vida Severina. “Gostava muito dos ensaios com o Pires Gil, que tentava que a minha voz – nessa altura ainda não “domesticada” – entrasse no tom em que ele tocava…”, recordou Laurinda Ferreira acrescentando que o seu colega músico era muito paciente já que “não era fácil cantar aquelas canções, para jovens que não  estavam habituados a fazê-lo. Na verdade creio que nunca nenhum de nós tinha cantado em público”, acrescentou.
Segundo a participante, o grupo com esta peça despertou para “a situação de ditadura que se vivia no país” e estava “absolutamente convicta de que cada um tinha a obrigação moral de fazer algo para mudar, ou pelo menos melhorar as condições de vida das pessoas. Esta peça ajudou a acentuar e depurar o que sentia”, disse. Laurinda Ferreira recorda-se de ter lido outros textos do mesmo autor, que procurou devido à curiosidade despertada pela peça.
Para a actriz, que depois se profissionalizou, “aquele era um espectáculo fundamental, que poderia ajudar a despertar as consciências e, simultaneamente, um texto belíssimo, duma sensibilidade e beleza capaz de fazer amaciar as mentes e corações mais empedernidos”.
Laurinda Ferreira recorda-se que o público nas várias actuações “aplaudia calorosamente e lembrou de ter sempre muita gente a assistir, com uma atenção muito concentrada, revelada pela expressão com que nos olhavam”. O facto do espectáculo ser em arena “permitia sentir essa concentração, que nos envolvia e nos incentivava”, acrescentou.
Sobre as actuações, a actriz lembra-se que depois de sair do palco e de abordar o tema da fome “não conseguia relaxar e aproveitar a ceia, que sempre nos era oferecida no final do espectáculo. E custava-me entender que toda a gente fosse comer alegremente, depois de um espectáculo daqueles”.
Na sua opinião, este espectáculo determinou a sua escolha profissional. A partir de Morte e Vida Severina, “o teatro passou a representar o papel mais importante na minha vida”, acrescentou.

A importância do espectáculo para a sua formação

Judite Ramalho tinha 15 anos quando integrou a Morte e Vida Severina. Hoje com 55 anos recordou que também já tinha integrado elencos de peças infantis.
“Foi de facto muito importante ter feito parte daquela peça pois apercebemo-nos das dificuldades da vida, da percepção de que vivíamos em ditadura e as consequências disso a nível social e politico”, disse.
Judite Ramalho lembra que a história da peça “mexia com toda a gente, pois relembrava as difíceis condições de vida que se viviam não só no Nordeste brasileiro mas também por cá”.
A actriz relembrou ainda que no dia em que o grupo se deslocou a Évora, o protagonista estava bastante doente e como tal “o Dr. Custódio Freitas acompanhou-nos e tratou-o de modo a que este pudesse representar a peça”. Até porque era um grupo de teatro escolar e, na verdade, “não tínhamos ninguém que o substituísse na representação”.
Esta participante relembrou que as canções da “Morte e Vida Severina” são de Chico Buarque, “que ainda não era conhecido” e que o elenco se vestia com fatos de serapilheira, aludindo à pobreza extrema dos nordestinos.

Natacha Narciso
nnarciso@gazetadascaldas.pt

Morte e Vida Severina – testemunho de Mora Ramos

Vida severina, vida severa, vida dura, tirar sustento da pedra e apelidar a terra, que menos resiste à enxada, de mulher, macia, olhar a água como promessa de fartura de só conhecer o não, o não ter, não ter terra, não ter dinheiro, não ter sombra, ter fome, ter nada, a vida uma travessia em direcção à morte, sempre espreitando, o abutre como delegado pousando no telhado, asas negras sobrevoando a catinga e o sertanejo previsto osso prometido, pouco mais que esqueleto, a carne seca, o corpo franzino e uma resistência ilimitada – em São Paulo, na feira do sertão nordestino observei um casal já nos setentas a dançar um forró bem lançado até de madrugada, uma meia dúzia de horas a dar à perna num ritmo nada slow.
Quando li a peça de João Cabral de Melo Neto, muito antes de Abril, já na altura, vivendo em Moçambique, eu a podia ler numa realidade nada distante do sertão da Paraíba, do interior do Recife, pois tinha muita semelhança com o que os meus olhos observavam directamente. No Moçambique que conheci a desprotecção total dos que trabalhavam com os braços, fosse na cana, no café lá no norte, no chá da Zambézia, ou nas machambas da periferia, parco sustento de salário de mainato ou de um moço faztudo, a realidade só era diferente no que dizia respeito aos prodígios da terra – o sertão é mesmo terra madrasta e nem o Alentejo mais seco se lhe compara – mas nada diferia na injusta organização social por castas.
Quando após Abril vivi no Alentejo o processo da Reforma Agrária muitas vezes me lembrei deste extraordinário poema, da sua força lírica e da sua união com a religião popular sertaneja, auto de natal que é, auto de canções e parábola do nascimento de um menino Jesus Severino, irmão de misérias, menino sertanejo que viesse libertar aquele sertão de um destino de fome, boa nova de nova vida contida no próprio nascimento, natal redentor para aquelas paisagens e seca. Cabral seguia aqui o sentimento do povo respeitando-o e inspirando-se nele.
Feito no Brasil infinitas vezes e tendo vindo até à Europa a um festival universitário em França a peça deu sinal de uma realidade que se desconhecia na Europa, no final dos anos sessenta creio – a peça é de 1956. O problema da terra permanece mesmo depois de Lula, a questão da propriedade não foi ultrapassada e nestes assuntos fala primeiro o poder das armas e dos coronéis que ainda detêm poder, e falam também a ilegalidade e a injustiça, antes mesmo de falar o direito ao trabalho, o direito à vida e ao autossustento alimentar.
A peça de João Cabral de Melo Neto que será evocada na ESAD a partir do espectáculo que antes de Abril se fez na cidade – na Bordalo Pinheiro, pela mão do Manuel Gil e mais tarde assumida pelo CCC (Conjunto Cénico Caldense) – por iniciativa do Director da Gazeta, é infelizmente de uma actualidade que se torna mais gritante à medida que as promessas do tal progresso da nossa realidade democrática são abandonadas pelos mesmos que o andaram a vender enchendo a boca com a palavra modernidade e que agora reconduzem a história para os caminhos de uma regressão que em termos políticos se pode chamar de negação da democracia. É isso que é estranho, inadmissível e um alerta para todos os que amam a liberdade e a democracia.

Fernando Mora Ramos

O que diz quem viu….
Rogério Guimarães, 65 anos, acabava de chegar da Guiné quando assistiu à peça Morte e Vida Severina nos Pavilhões do Parque, quando o grupo já representava sob a égide do CCC.
Desde sempre ligado ao teatro, Rogério Guimarães, diz que para a interpretação daquela peça “foi necessário um trabalho de grande cumplicidade pois só assim se consegue um resultado daqueles”.
Sobre o texto de João Cabral de Melo Neto conta que é um poema “muito forte que nos toca, que nos incomoda” e que nas Caldas “foi muito bem dirigido pela Manuel Gil”. Na sua opinião, naquela época o encenador “talvez fosse das pessoas mais informadas em termos da cultura teatral e conseguiu de facto mobilizar um grupo de alunos e que fez um trabalho fantástico”.
Na opinião deste professor e encenador de teatro – que chegou a leccionar e a pertencer à direcção da Escola Superior de Teatro e Cinema – Morte e Vida Severina “estava bem estruturada, com o ritmo adequado que o poema exigia e foi cantado de forma fantástica”.
Rogério Guimarães destacou a música de Chico Buarque e referiu que “Severinos somos todos nós e agora estamos a ser todos outra vez..e de que maneira!”.
A  década de 70 do século passado foi para este autor “uma altura fantástica com grande produção cultural”.

Ida Ferreira, 62 anos, assistiu à peça quando esta foi representada em Alfeizerão, sua terra natal, por iniciativa do padre Borges. Já estudava no Instituto Comercial em Lisboa e foi assistir à peça com o seu namorado, hoje seu marido.  “Gostámos tanto de assistir à peça na Casa Paroquial que mais tarde comprámos o disco em vinil com as músicas do Chico Buarque”, lembrou a professora. Recorda-se que o local estava cheio de gente que queria ver a representação e que havia uma interessante iluminação com archotes.
“Foi um verdadeiro deslumbramento assistir a uma peça daquelas, com um tema daqueles naquela época! Lembre-se que a Portugal não chegava quase nada!”, disse. Vivia-se o final da ditadura e “não se podia debater muito os problemas dos sem terra no Brasil, assim como a falta de condições com que se vivia no Alentejo, por exemplo”, acrescentou.
Ida Ferreira que leccionou Contabilidade recorda ainda que chegaram a existir alguns grupos de teatro amador no Bombarral e que chegou a integrar alguns projectos. Ida Ferreira vive actualmente em Lisboa mas tem casa em S. Martinho do Porto e por isso está na região com regularidade.

N.N.

- publicidade -