“Projecto sem nome” dá título à exposição que se encontra patente no CDI – Centro de Design de Interiores, em Óbidos, até ao próximo dia 31 de Julho. Trata-se da primeira vez que uma turma do primeiro ano do curso de Design Gráfico e Multimédia da ESAD expõe os seus trabalhos fora da escola.
“É uma exposição de iniciantes, com toda uma carga de cumprir prazos, de perceberem que a atitude de um vai comprometer o trabalho de todos”, referiu a professora de projecto, Teresa Luzio, que concebeu a ideia juntamente com o professor de ferramentas digitais, Nuno Fragata. De acordo com este docente, o objectivo é criar uma relação entre as duas disciplinas, para que o aluno tenha noção do conhecimento como um todo.
O projecto foi colocado à coordenadora do CDI, Ana Calçada, no início do ano lectivo e foi bem acolhido. A ideia era então a de desenvolver uma série de objectos de design a partir de um espaço físico, neste caso o CDI. Os jovens escolheram um pormenor do centro (uma parede, uma pedra no chão) e desenvolveram uma série de produtos, desde o símbolo, ao mapa, passando por uma animação.
Apesar do resultado serem 24 propostas individuais, os alunos tiveram que trabalhar como equipa. “Há uma componente muito importante que é cada vez mais pedida ao aluno, que é a autonomia”, referiu Teresa Luzio, destacando que neste processo o professor é um orientador, está ali a dirigir e a ajudar, mas a motivação tem que partir do aluno.
O seu colega, Nuno Fragata, destacou a novidade de uma turma do primeiro ano do curso de Design de Comunicação expor fora da escola, o que normalmente apenas acontece no final do terceiro ano, com a exposição de finalistas.
O professor realçou ainda o facto dos alunos estarem a trabalhar tendo em conta um espaço específico e considera que esta iniciativa pode ser replicada noutros locais.
Ana Calçada, coordenadora do CDI, destacou que aquele espaço é entendido como um centro de experimentação. “Queremos que os criativos aqui exponham o trabalho, sempre sabendo o seu processo”, disse, acrescentando que gostam de encontrar pessoas que, falando diferentes linguagens, encontram um elo comum entre elas.
A responsável acredita que para os alunos é muito importante perceber que “as criações saem da escola e que há outros actores que as vêem”.
“É importante para os estudantes serem vistos
fora da escola”
Para Rita Carujo participar nesta mostra foi motivante e, ao mesmo tempo, uma grande responsabilidade. “Mesmo que não ficasse bom o trabalho viria para a exposição, pelo que nos empenhámos em fazer bem”, disse a jovem estudante, que viu pela primeira vez um trabalho seu em exposição fora da escola.
Rita Carujo destacou ainda o facto do projecto mostrar como 24 pessoas partiram da análise de um mesmo sítio e criaram conceitos e objectos tão diferentes. “Quando viemos ao CDI pela primeira vez tínhamos que nos identificar com algum pormenor do espaço”, lembra a jovem que, tendo-se esquecido da máquina fotográfica, pegou no papel e lápis e começou a tirar texturas de tudo o encontrou e, a partir daí, concebeu o seu trabalho.
“O meu objecto tridimensional são cinco postais em que construi as texturas”, revela, destacando que é importante para os estudantes serem “vistos” também fora da escola.
“Uma boa experiência, especialmente para quem nunca tinha exposto”
“Desde o início que achei o desafio muito interessante”, revela Ricardo Dantas. Recorda que no CDI não houve um objecto em particular que tenha sobressaído, tendo-se dedicado a trabalhar a movimentação das pessoas no interior do centro de design e as sombras. “Tive em conta a interacção do CDI com as pessoas e, a partir daí, fui começando a fazer o meu trabalho, em que adoptei uma técnica experimental que é a de transfere de um papel para outro através de líquido, como é o caso da –“, explicou.
Ricardo Dantas mostrou-se bastante contente com o resultado final. “Valeu a pena, foi uma boa experiência, especialmente para quem nunca tinha exposto”, concluiu.






























