Abriu ao público a 9 de Julho, no CCC, a exposição “El arraigo perdido” (“Raízes perdidas”) de Rablaci (acrónimo do nome Rafael Blasco Ciscar), um artista valenciano que é um dos valores da nova geração de autores do país vizinho.
Com 22 anos, recém-formado na Faculdade de Belas Artes de Altea (Valência), Rablaci traz ao CCC enormes árvores de laranjeira que apresenta com as raízes para cima. Alguns exemplares ainda são apresentados com correntes ou com cordas que amordaçam os troncos.
Estranhamente, as secas raízes de laranjeira que agora habitam o a Praça da Animação do CCC são reaproveitadas com meio de expressão para este jovem artista.
Árvores como estas estão actualmente a ser arrancadas às centenas da região de Valência, pois segundo o autor, já não são rentáveis e vive-se em Espanha o que aconteceu a muitas culturas em Portugal – paga-se para arrancar.
“No meu trabalho há uma reflexão sobre o homem contemporâneo que, devido à globalização e à sociedade capitalista onde vivemos, se sente totalmente amordaçado”, disse o autor que usa as árvores como metáforas.
Em 2009 Rablaci fez uma exposição em Tomar sobre esta mesma temática, mas com diferentes peças. Como “houve interesse por esta apresentação por parte do público português e agora, através de alguns amigos, consegui vir aqui às Caldas”, comentou o artista.
Há também bem expresso neste trabalho a questão do desenraizamento. “Tal como as pessoas, há gente que também está fora do seu contexto e como estas árvores caminha em busca de algum sentido”, comentou.
O foyer do centro cultural acolhe também várias fotografias do artista, das suas obras e que ganham novas cores e espaços com recurso a filtros. “Gosto de desenvolver em paralelo o trabalho escultórico com o fotográfico pois permite-me trabalhar primeiro com a matéria, mas depois posso ganhar novas espaços, jogando com as iluminações”. Segundo Rablaci, uma obra pode ser fotografada uma centena de vezes “e de todas elas pode parecer uma obra diferente”.
Há a hipótese de apresentar “Raízes Perdidas” em Lisboa. Rablaci gostaria de apresentar o seu trabalho no Convento do Carmo, “um sítio muito interessante onde o público tem acesso à exposição de forma mais democrática”, diz.
“Raízes Perdidas” vai estar nas Caldas até 4 de Setembro e podem ser apreciadas no exterior do CCC e as fotografias no foyer do centro cultural.






























