No próximo dia 17 de Fevereiro, pelas 18h30, será inaugurada, no CCC, a exposição “Um ano de Caldastoon”. A mostra reúne as 52 tiras que o cartoonista Bruno Prates publicou semanalmente na Gazeta das Caldas.
Depois do CCC, a mostra vai transitar para a Casa Antero, que foi também patrocinador desta iniciativa. “Um ano de Caldastoon” contará com um catálogo que assim reúne as tiras satíricas de muitos assuntos relevantes para as Caldas da Rainha e que marcaram o ano passado.
“Eu desenho para as pessoas”, disse Bruno Prates que como tal, gostaria que a inauguração de “Um ano de Caldastoon” fosse participada por quem lê os seus cartoons, semanalmente, na Gazeta das Caldas. Ao todo são 52 tiras de cartoon que foram editadas semanalmente neste semanário e que têm lugar no balcão da Casa Antero. É por ali que passam várias personagens – desde a Rainha até aos políticos locais e dos concelhos vizinhos e que conversam com Zé Povinho, o “taberneiro” de serviço. À figura inventada por Bordalo Pinheiro cabe escutar e comentar os temas da actualidade caldense, escolhidos, de forma acutilante, por Bruno Prates. A abertura da mostra será feita ao sabor de tapas e de uma prova de vinhos, proporcionadas pelo patrocinador do Caldastoon.
A ligação de Bruno Prates à Gazeta teve início em 1998, “numa altura em que ainda era um desconhecido”. Em 2003 regressou às páginas deste semanário com “Coisas da Nossa Praça”, colaboração que manteve até 2007. Agora Prates está de regresso para dar “cartoon” ao que todos fazemos: criticar. “Só que eu passei a ser aquele que critica no jornal, e também a ser respeitado e valorizado por isso”, disse.
E como se inspira para as fazer? “Lendo os jornais, ouvindo o que as pessoas comentam… gosto de ouvir o que as pessoas vão dizendo”, comentou o autor.
Como inspiração, o autor caldense refere Luís Afonso e o seu Bartoon, do seu colega de profissão que edita as suas tiras no Público. Outras das suas referências é ainda Jorge Delmar, cartoonista que foi também docente de Bruno Prates no ensino superior.
Prates considera que a profissão passou a ser vista de uma outra forma a partir dos fatídicos acontecimentos com o Charlie Hebdo, em França. Se bem que fazer cartoons nas Caldas “acaba por ser redutor”. E isto porque apenas os locais e os emigrantes é que podem entender muito do que é retratado nas suas tiras.
Trabalho independente
Nesta mostra, no CCC, será ainda possível conhecer a evolução do traço do próprio autor. “O cartoon é o que eu quiser pois quem manda na tira sou eu”, disse Bruno Prates acrescentando que nem o jornal nem o seu patrocinador interferem com o seu trabalho.
Alguns temas que são referenciados nas suas tiras já suscitaram alguma polémica como a que se relaciona com a escola pública e escola privada e também assuntos que sucederam na altura das autárquicas. Bruno Prates comentou ainda que, por norma, fala com quase todos os políticos e que estes têm para com ele “algum jogo de cintura”. Ainda não falou com o edil do concelho vizinho que tem sido caricaturado a fumar, com roupa larga e grandes óculos e com uma barra de chocolate na mão, como referência do evento Festival do Chocolate.
Nas Caldas há também alguém que ainda não conversou com Bruno Prates: o ex-presidente da Câmara, Fernando Costa. “Ele talvez seja o maior político que nós temos – quando estava no poder não era tão interessante”, disse cartoonista que nada tem de pessoal contra o ex-edil mas, politicamente, “ele está-se sempre a pôr a jeito. Agora tem mais interesse pois diz muitas barbaridades”, referiu Bruno Prates. Para o desenhador, Tinta Ferreira e Hugo Oliveira são muitas vezes representados nas suas tiras e são caricaturados por vários aspectos relacionados com a forma de estar. Ao passo que o ex-presidente Costa é “ das figuras mais cartoonizáveis”.
Depois do CCC, a exposição vai estar na Casa Antero e, posteriormente, poderá ser apreciada noutros locais, dado que tem um carácter de itinerância.
O catálogo, além das 52 tiras conta ainda com textos do director da Gazeta das Caldas, José Luís Almeida Silva e de dois amigos do autor, Jaime Feijão e Mariana Calaça Batista.
Depois da Casa Antero, Bruno Prates passou agora a posicionar as suas personagens no balcão da Mercearia Pena, seguindo depois para o Café Capristanos.






























