Cartoonistas desenharam caldenses na Rua das Montras

A maioria dos cartoonistas premiados passou parte da manhã de sábado, 2 de Junho, com a população caldense.
Onde antes funcionava a esplanada da Venezia, no início da Rua das Montras, foi montado um espaço de trabalho onde se reuniram para desenhar. Muitos transeuntes saíram do espaço sorridentes, com uma caricatura nas mãos, feita por artistas de renome, do mundo do cartoon internacional.

O caricaturista brasileiro Silvano Mello, que veio de Minas Gerais não tinha mãos a medir. Eram várias as crianças que lhe pediam que fizesse o seu retrato. Na opinião do artista que chegou às Caldas a 31 de Maio, o WPC corresponde aos Óscares do Cartoon. Como tal, “é um verdadeiro sonho poder fazer parte desta iniciativa”, disse à Gazeta das Caldas, durante uma pausa entre os pedidos de caricatura. Para o brasileiro é simpático contactar com o público dado que é para ele que fazemos o trabalho. “Sem público não sei o que seria de nós”, comentou o autor.
Silvano Mello explicou que o seu país enfrenta actualmente problemas relacionados com a corrupção crónica, algo que serve de tema para o seu trabalho de cartoonista. Segundo o artista, os seus desenhos dedicam-se sobretudo à área social. “Uso com frequência o humor e gosto de fazer as pessoas pensar sobre os temas dos trabalhos”, disse o autor.
O turco Hicabi Demirci também tentou desenhar rápido de modo a chegar aos muitos pedidos. Adorou os caldenses e a salientou “a óptima comida portuguesa” que provou em vários espaços da região. Também gostou de estar próximo da população nesta manhã que antecedeu o espectáculo. Acha que o WPC é um concurso de grande prestígio no mundo dos cartoonistas.
Noutra mesa, esteve Endyk, da Holanda, que vive numa cidade próxima de Amesterdão. Gostou das Caldas, dos seus belos edifícios antigos e das lojas diversificadas do comércio tradicional. Segundo o cartoonista, na maioria das cidades holandesas, as lojas “são todas iguais”.

Sobre o WPC afirmou que é um concurso “fantástico” e que um dos aspectos mais interessantes “é permitir que os artistas se conheçam entre si dado que apenas se reconhecem pelo seus desenhos”. O contacto com o público não é fácil para o artista holandês Endyk, dado que que não é um retratista e não gosta de trabalhos apressados. Considera-se um desenhador lento, que à posteriori ainda pinta os seus cartoons com tinta acrílica. Mais tarde, Endyk (Holanda) retratou O-Sekoer (Bélgica) e este último artista caricaturou o primeiro. Por seu lado, Cau Gomez (Brasil) retratou o belga. Depois chegou António que também quis entrar na “batalha”, tendo feito a caricatura do holandês. O brasileiro, entre os vários retratos fez o da vereadora da Cultura, Maria da Conceição Pereira, que também marcou presença nesta sessão de desenho ao ar livre. Numa terceira mesa esteve um grupo de alunos da ESAD, de várias nacionalidades, que tiveram a oportunidade de mostrar os seus desenhos com os autores internacionais. Esta foi a primeira vez que o pequeno grupo de alunos veio desenhar ao vivo para o centro das Caldas e, de forma livre, deram largas à sua imaginação.

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