
“A Manta Clarinha”, é como se designa o segundo livro infantil da autoria de Rita Campos que foi lançado no Café Central, no passado mês de Julho.
A obra conta com ilustrações de Sónia Matos, formada na ESAD e foi muito bem recebida, num café central cheio de gente.
No final muitos foram os convivas que aproveitaram para adquirir esta obra e obter autógrafos da autora e ilustradora.
A autora, docente do primeiro ciclo, promete não ficar por aqui pois tal como o seu pai, Alberto Campos (ver texto ao lado) tem um grande gosto pela escrita. À Gazeta das Caldas Rita Campos diz que já tem um projecto para o final do ano, relacionado com a época natalícia.
A apresentação da autora Rita Campos e da ilustradora Sónia Matos esteve a cargo de Lino Romão. Este explicou que já é a segunda aventura no mundo infanto-juvenil de Rita Campos, que se estreou com “O Gato Juno” em 2007.

A autora, que além de docente do primeiro ciclo, é mestre em Psicologia do Desporto, pela Faculdade de Motricidade Humana, pratica várias modalidades desportivas e tem praticado surf nas principais estações mundiais.
Esta obra, contou a autora “resultou de uma surf trip que fiz ao Oceano Índico”, revelando que esta viagem inclui a experiência de viver durante alguns dias num barco em pleno oceano e também mergulhar e conhecer várias as espécies que habitam o fundo do mar.
Foram essas vivências específicas que inspiraram Rita Campos a escrever este “A Manta Clarinha”. “Foi o contacto com a natureza, a beleza do fundo do mar, a água transparente e quente…Tudo acabou por me influenciar para esta obra”, reforçou a escritora.
Debaixo de água viu golfinhos e deixou-se impressionar pelas mantas “sempre muito grandes” e por outras espécies que fazem parte da história. Em “A Manta Clarinha” relata-se pois a vida no fundo do mar e entre as personagens há um peixe que deseja mudar de cor. Os bons valores como a amizade estão também presentes nesta história infanto-juvenil da docente caldense de 31 anos.
O livro encontra-se à venda no Museu do Ciclismo e, em breve, vai estar à venda em livrarias. Trata-se de uma edição de autor e foram editados 120 exemplares.
Além de ser professora, Rita Campos também se dedica ao voluntariado e já esteve em missões no Quénia onde inclusivamente deixou uma tradução da sua primeira obra “O Gato Juno”.
Entre os seus interesses, além do seu trabalho docente, encontra-se viajar e fazer surf. A autora diz que os seus livros tiveram uma óptima recepção. Sobre a apresentação de “A Manta Clarinha” “foi muito bom, o Central esteve cheio e vendemos muitos exemplares”, disse a autora acrescentando que quem leu “gostou muito da história e das ilustrações”.
Rita Campos explicou que tem recebido vários incentivos para continuar a dedicar-se à escrita e tem mais projectos, um deles relacionado com a época natalícia e, por isso, a autora gostava de lançá-lo no final deste ano.
Natacha Narciso
nnarciso@gazetadascaldas.pt
Alberto Campos dedicou “As minhas duas cidades” às Caldas da Rainha

Também o pai da autora, Alberto Campos, há muito que se dedica à escrita. É de sua autoria a obra de poesia “As minhas duas cidades”, um livro com cerca de uma centena de poemas, muitos deles referentes às Caldas da Rainha. “Eu neste livro “destrui” as Caldas, porque estava zangado da cidade e em simultâneo reconstrui uma cidade imaginária”, contou o autor que fez uma primeira edição de autor de 50 exemplares, que vendeu logo entre os seus amigos.
Depois apostou numa nova edição desta obra que, para além das Caldas, também reúne poemas sobre o Brasil ou o tempo que o autor passou na tropa em África.
Alberto Campos nasceu a 29 de Fevereiro de 1948 passou a sua infância e juventude nas Caldas. Frequentou o curso de Economia no Porto que interrompeu em 1971 para ingressar no serviço militar obrigatório. Foi engenheiro técnico agrário e professor em várias escolas, tendo trabalhado no ensino especial. E foi por causa dos alunos com dificuldades de aprendizagem que começou a escrever os contos e poesias, “algo que os meus alunos gostavam muito”, recordou.
Em Janeiro de 2008 lançou o seu primeiro livro intitulado “Quando Acordar”. No ano transacto deu largas às suas memórias e colocou em “As minhas duas cidades” muitas histórias da sua infância como o “O Comboio dos Banhos” , aludindo às viagens S. Martinho-Caldas que fazia em pequeno para a praia com o seu grupo.
Cinco poemas que integram esta obra foram já musicados pelo músico e professor caldense Manuel Mogo Miguel. Um deles – “O amuleto”, foi apresentado a um concurso de fados promovido pela Sociedade Portuguesa de Autores.
“Houve uma grande aceitação do livro entre as pessoas da minha geração”, disse Alberto Campos que conta que é capaz de acordar de madrugada “com os poemas todos na cabeça” e não são raras as vezes que se levanta para os passar para o papel.
Alberto Campos – que refere Fernando Pessoa e Bocage como autores de eleição – pretende com esta sua obra “dar a conhecer a minha geração numa infância que nada tem a ver com a de agora. A minha é feita de sonhos, recordações e também de alguma revolta”.
Este homem, agora reformado, dividia o seu tempo entre o ensino, a escrita e o desporto de competição, tendo sido durante 21 anos atleta internacional de triatlo e como veterano foi vinte e duas vezes campeão nacional de triatlo e de duatlo , três vezes campeão ibérico, tendo ainda obtido uma medalha de prata num campeonato europeu.
Entretanto este autor tem já pronto um outro livro de poesia com 115 sonetos, intitulado “Sonetos Transversais” e dois livros dirigidos aos mais novos. Um livro é de poesia infantil – “Brincando com a poesia”, que é uma história envolvendo poemas infantis sobre a vida e experiências dos mais jovens, até no seu percurso escolar.
Outro em prosa reúne 26 histórias infantis feitas com base em recordações de infância, designado “Avô, conta-me histórias do teu tempo”. Alberto Campos gostaria de oferecer o produto da venda das duas obras infantis a instituições que lidam com crianças e que necessitam de ser auxiliadas, procurando para tal patrocinador ou editora que queira colaborar nessa oferta.
Aos interessados o livro “As minhas duas Cidades” está disponível para venda on-line no site www.varzeadarainha.pt
“Libertado mais cedo por ser o homem da chave do cofre”
“Estive preso no RAL 1 pois no 16 de Março de 1974 estava no quartel das Caldas”, contou-nos também. Alberto Campos era um dos militares que estava no quartel do RI5, onde era chefe de secretaria do batalhão de mobilização. “Nessa madrugada disseram-me ou está connosco ou contra nós”, recordou, explicando que se colocou do lado dos militares que partiram para Lisboa, naquela que foi considerada a acção balão de ensaio para a Revolução que aconteceu um mês depois.
Alberto Campos foi dos que ficou no quartel “armado até aos dentes” enquanto outros seguiram para Lisboa. Ao fim do dia “fomos todos presos”. Só que ao final de uma semana “ foram obrigados a soltar-me”, contou. E isto porque Alberto Campos era alferes miliciano e chefe de secretaria, tratava de tudo, de quem partia para a guerra e era também o tesoureiro. Ou seja, possuía informação valiosa e ainda para mais a chave de cofre. Sem o seu trabalho “a unidade em termos administrativos não funcionava pura e simplesmente”, contou. Foi um coronel que o foi buscar ao fim de uma semana, tendo libertado Alberto Campos e mais dois dos seus companheiros. “Se voltasse atrás tomaria a mesma atitude…de qualquer modo, chegámos a temer pelo pior…”, rematou Alberto Campos, o homem que negociou a sua libertação, por ser o homem com a chave do cofre do RI5.
N.N.






























