
O FALU – Festival Artístico de Linguagens Urbanas vai decorrer nas Caldas da Rainha entre 9 de Junho e Outubro. A primeira edição do evento tem como curador o artista caldense Daniel Eime e contará com a participação de mais quatro criadores, todos portugueses, que irão intervir em paredes do centro da cidade. A organização é da associação Riscas Vadias e da Câmara
O nome, FALU, surge da semelhança fonética entre o “elemento figurativo característico da cidade” – o falo, e da palavra falar, comunicar. “Trata-se de um jogo de palavras que facilmente conseguimos associar às Caldas da Rainha, mas que, ao mesmo tempo, tem múltiplos significados”, é referido na apresentação do projecto, cuja primeira edição arranca na próxima terça-feira.
A ideia surgiu no ano passado, quando o representante da Câmara, Rui Constantino, desafiou o amigo e artista caldense, Daniel Eime, para criar um evento dedicado à arte urbana. Este reuniu uma equipa para produção e desenvolvimento do projecto – a associação Riscas Vadias, de Leiria – e, em Janeiro, apresentaram o projecto ao executivo camarário, que o aprovou.
A chegada da pandemia levou a que tivessem que ser feitas algumas alterações ao festival, como a sua redução temporal e em número de artistas. A organização acabou por desistir dos artistas que vinham do estrangeiro, pois havia o risco de, à chegada, ficarem de quarentena, mas Daniel Eime garante que o festival em nada ficou a perder, pois “em Portugal existe muita qualidade ao nível de arte urbana”. De acordo com o curador do festival, as intervenções murais, com pinturas de grande escala, serão asseguradas pelo próprio Daniel Eime, Add Fuel, AkaCorleone, Bordalo II e Nuno Viegas, na zona central da cidade, indo de encontro à Rota Bordaliana. Depois, o objectivo passa por expandir por outras zonas das Caldas.
RELAÇÃO COM A ZONA A INTERVIR
A escolha das paredes recaiu nos locais onde os artistas entenderam que seria interessante intervir. Deparam-se com algumas recusas, sobretudo ao nível das paredes grandes, em que foi preciso criar consenso entre os moradores. No entanto, Daniel Eime, destaca a “boa receptividade” que tiveram à iniciativa por parte dos moradores.
Os criadores vão trabalhar na rua, durante mais de um mês e, durante esse tempo, “é inevitável que haja comentários e pausas para falar com as pessoas”, reconhece o responsável do festival. O também artista, que já possui duas pinturas nas Caldas, uma nos Silos e outra no Centro da Juventude, lembra-se que quando estava a pintar a peça nos Silos, em 2013, apesar de estar ligeiramente afastado da estrada, havia muitas pessoas que buzinavam e reagiram bastante bem.
“Passados todos estes anos, e com a população mais habituada à arte urbana, vai haver uma aceitação ainda maior”, acredita.
Os artistas têm liberdade para o trabalho a realizar, mas este sai sempre valorizado quando há uma associação, por mínima que seja, à zona onde está localizada.
“Todos eles têm um registo e método de trabalho bastante específico e quase todos trabalham a partir da inspiração do local. Estou confiante que vai haver trabalhos sempre com ligação à cidade das Caldas”, referiu Daniel Eime à Gazeta das Caldas.
As paredes a intervir e as temáticas permanecem em segredo, tornando assim maior o impacto do trabalho a realizar pelos vários participantes.
Haverá quase sempre uma semana entre as intervenções e, para o final, estar a trabalhar duas pessoas em simultâneo, na sequência da convocatória que estão a lançar aos criadores locais, que sejam naturais ou residentes nas Caldas. Há um regulamento e os interessados podem concorrer até 19 de Junho, altura a que se seguirá a avaliação e divulgação do vencedor, a 22 de Junho.
O último artista e o vencedor do concurso deverão fazer a intervenção, em simultâneo, embora em locais diferentes, entre 10 a 15 de Julho.






























