O jazz tem andado pela cidade e pela primeira vez foi à Foz do Arelho. O concerto integrado no Caldas Nice Jazz teve como palco o Cocos Beach Club, que no dia 15 de Outubro recebeu os Shiwa, grupo composto por três jovens espanhóis que se mudaram para Lisboa em busca do sonho do jazz.
Três dias depois, os B.A.S.S. Project actuaram no café Capristanos mostrando que o jazz pode andar de mãos dadas com o funk, o soul e o pop.
Este festival promovido pelo CCC decorre até 6 de Novembro.
Este foi o primeiro concerto do Caldas Nice Jazz fora da cidade e também a estreia internacional dos Shiwa, que até à data só tinham tocado em Espanha.
“Sabíamos que em Portugal existia bom nível de jazz e bons professores, daí a nossa escolha”, explica Lucas Centi, estudante de percussão que traz o som metálico do vibrafone ao grupo. Já o contrabaixista Pablo Patinho, que está apenas há um ano em Lisboa, conta que encontrou uma cidade “com muitos e bons músicos onde há uma oferta de jazz bastante variada com locais em que é possível tocar quase todos os dias, pois organizam-se Jam Sessions que juntam professores e alunos, estudantes e não estudantes de música”. O Hot Club, O Bom O Mau e O Vilão ou o Bibo Bar são alguns exemplos.
E como definiram a música dos Shiwa? “Fazemos música sem termos nenhum tipo de etiqueta. Não sabemos ao certo como é que um tema começa ou acaba, apenas que pelo meio há surpresas e muito improviso”, responde o baterista Miguel Fernandez, acrescentando que a maioria do repertório do grupo é original. No Cocos Beach Club a banda também apresentou um tema dos Radiohead e outro de Brad Mehldau.
No final do concerto, Ricardo Figueiredo não podia estar mais satisfeito. Pela primeira vez “parceiro” do Caldas Nice Jazz, o proprietário do Cocos Beach Club disse que o evento foi um sucesso e é para repetir, mas lamenta que a autarquia não tenha a mesma dinâmica do CCC porque “organiza apenas eventos no Verão e esquece-se da Foz do Arelho no inverno”.
Na noite do concerto dos Shiwa, o Cocos Beach Club apresentou também um menu inspirado em New Orleans (cidade berço do jazz), com o objectivo de casar a gastronomia com este género musical.
“SOMOS UM APERITIVO PARA OS CONCERTOS NO CCC”
O Caldas Nice Jazz também dá música durante a semana e, na passada terça-feira, o café Capristanos esteve cheio para aplaudir os B.A.S.S. Project, quatro jovens músicos que se conheceram no Conservatório de Música da Jobra (Albergaria-a-Velha) no curso de Instrumentista de Jazz.
B.A.S.S. surgiu há um ano e faz referência às primeiras letras dos apelidos de Hugo (B)arbosa, Rafael (A)lcaide, Marco (S)antos e Hugo (S)obral. Este projecto faz a comunhão do jazz com o pop, o funk e o soul, provando que cada vez mais o jazz contemporâneo abre as portas a outros estilos musicais.
Sobre o facto do Caldas Nice Jazz incluir um programa na cidade, Hugo Barbosa diz que “os concertos fora do auditório são um aperitivo para os espectáculos dos cabeças de cartaz e também uma oportunidade para jovens músicos apresentarem projectos recentes e inovadores”.
Desde que surgiu o Jazz na Cidade que o café Capristanos se associou ao projecto. Rui da Bernarda, o proprietário, explica porquê: “este era um espaço emblemático na cidade que chegou a ter nos anos 50 uma banda residente aos fins-de-semana, por isso fazia todo o sentido devolver o café à cidade, apoiando este tipo de eventos culturais”.
Graças ao concerto dos B.A.S.S. Project o estabelecimento esteve mais cheio que numa normal terça-feira à tarde, revelou o responsável, acrescentando que é fundamental que “a cidade também tenha animação durante a semana”. Foi visível que muitos espectadores foram ao Capristanos propositadamente para assistir ao espectáculo, mas “quem sabe se outros não aproveitaram para se sentar a ouvir boa música enquanto esperavam o autocarro”.

Pizzarelli, Glenn Miller Orchestra e Chizhik na próxima semana
John Pizzarelli no dia 27 de Outubro, Glenn Miller Orchestra no dia 28 e Chizhik Jazz Quartet a 29 de Outubro são os próximos três concertos do Caldas Nice Jazz no grande auditório do CCC, todos às 21h30.
Na quinta-feira, John Pizzarelli, filho do guitarrista Buck Pizzarelli, subirá ao palco para apresentar “Midnight McCartney”, álbum lançado no final do ano passado que compila em treze faixas alguns dos temas menos conhecidos de Paul McCartney. Curiosamente, foi precisamente o ex-Beatle que pediu a Pizzarelli que gravasse o disco, enviando-lhe desde Londres uma carta para a sua casa em Nova Iorque. Os bilhetes para este espectáculo variam entre os 17,50 e 20 euros.
Já a Glenn Miller Orchestra, uma das mais reconhecidas Big Bands de todo o mundo, traz às Caldas o espírito dos anos 30 com vinte talentosos músicos (dirigidos por Ray McVay), e promete um espectáculo que não deixará de fora grandes êxitos como “Moonlight Serenade”, “In The Mood”, “Tuxedo Junction” ou “Chattanooga Choo Choo”. As entradas custam 40 euros.
A semana termina com Chizhik Jazz Quartet, onde a estrela principal será o vibrafonista Alexey Chizhik, o único músico no mundo que toca com sete baquetas em simultâneo. Para o espectáculo nas Caldas da Rainha, o russo preparou um concerto único, fazendo-se acompanhar por um pianista, um baixista e um percussionista. Os bilhetes custam entre 12,50 a 15 euros.































