Caldas Late Night “está bem vivo e cheio de saúde”

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Realizou-se entre os dias 24 e 26 de Maio, o Caldas Late Night (CLN), evento dos alunos da ESAD – que incluiu exposições, concertos e intervenções artísticas que tiveram lugar no espaço público e nas casas dos participantes – atraiu milhares de pessoas da região, do país e até de Espanha.
O evento que este ano assinalou o seu 22º aniversário está de boa saúde e recomenda-se. Renovado anualmente, há quem ache que seria útil para o CLN que algum do conhecimento pudesse passar para os vindouros, sobretudo no que diz respeito ao pedido de licenças e a questões relacionadas com a logística de modo a que a iniciativa possa crescer e prosperar.

É um dos pontos altos do CLN: a festa final. A tradição manteve-se e foram mais de 2500 pessoas que dançaram até de madrugada na antiga Fábrica de Faianças Bordalo Pinheiro, na área adquirida pelo município. O problema foi que outras tantas já não conseguiram entrar. “Tivemos que fechar portas, em nome da segurança”, disseram Micael Rodrigues e Rita Pereira, ambos da organização do CNL deste ano.
Por causa das condições climatéricas, alguns eventos dos CLN foram cancelados. A Corrida de Rolamentos previsto para o primeiro dia (24 de Maio) foi adiada assim como o Slide, prevista para sexta-feira, 25, também não foi possível realizar. De qualquer modo, os organizadores gostariam de realizar as duas iniciativas na mesma, antes do final do ano lectivo.
Veio até às Caldas durante este fim de semana gente do Porto, do Algarve, de Lisboa, bem como antigos alunos. Vieram visitantes também de Salamanca para ver os trabalhos de alguns alunos da escola de artes daquela cidade universitária, uma das mais antigas da Europa, que concorreram a esta edição. As obras dos artistas espanhóis foram expostas na Galeria do Turismo (ao cimo da Praça).
Constata-se também que há caldenses a viver noutras localidades que fazem coincidir o regresso à sua cidade natal com o CLN. Muitos já trazem os filhos para que tomem contacto com esta iniciativa que divulga o nome das Caldas a todo o país.
“A Praça 5 de Outubro esteve sempre cheia”, disseram os organizadores, satisfeitos como facto daquela zona ter funcionado como ponto central e de encontro entre os grupos dos visitantes.
Na sexta-feira, o Arraial, que este ano teve lugar no Céu de Vidro, acabou por ter saído um pouco do controlo pois a segurança não foi tida em conta e, como tal, houve gente a entrar sem pagar.

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Mais de uma centena de intervenções

Segundo a organização, este ano realizaram-se mais de 100 intervenções, das quais 60 tiveram lugar em casas dos alunos.
Os organizadores desta edição investiram não só na segurança como em equipas de limpeza que asseguraram que tudo retornava à normalidade após os eventos. De qualquer modo, gente que não se inscreveu dentro das datas previstas, “acabaram por realizar os seus eventos na mesma”, disseram Micael e Rita.
Por causa das novas tecnologias é possível saber que cerca 2500 pessoas fizeram o download do mapa do CLN, além de que foram distribuídos igual número de mapas em papel.
O 22º CLN procurou ainda trabalhar com novos públicos e chegou aos mais novos. Os Anos Verdes, um centro de aprendizagem das Caldas, aliou-se à organização do CLN e realizou uma visita de estudo à ESAD antes do evento e posteriormente fizeram workshops artísticos com os mais novos. “Depois ainda fizemos um mural em conjunto”, contaram os responsáveis, muito satisfeitos com o facto de poder estabelecer parcerias com a comunidade local, chegando a várias faixas etárias.
Sempre bem sucedida é a Luta das Almofadas na Praça da República, que este ano teve lugar no último dia, sábado, 26 de Maio. O evento reúne gente de todas as idades e é sempre um dos momentos mais divertidos com os participantes a exibir criativas propostas.
Alguns espaços abriram portas ao evento como, por exemplo, a sede do PS que passou a ser uma galeria de arte. Também o Parque D. Carlos I acolheu várias iniciativas do CLN e os bares acolheram intervenções como foi o caso da Toca da Onça onde Filipe Faleiro concretizou uma instalação constituída por 108 peças de porcelana, espalhadas pelos vários espaços do bar. Presente num espaço na Cova da Onça onde se realizava um concerto e uma exposição, estava Nuno Bettencourt, artista plástico que é também docente na ESAD. Foi um dos autores que há 22 anos deu início ao CLN e actualmente acha que o evento “está bem vivo, cheio de saúde e de gente com vontade de fazer coisas”. O autor participou com uma exposição e coordenou outra dos seus alunos da escola de artes caldense. No mesmo espaço Marco Telmo Martins, da Reaction AV, também estava satisfeito como evento dado que “o feeling de expor e mostrar trabalhos tem-se mantido ao longo dos anos”.

Participação de outras escolas

Os organizadores ainda contaram que houve grupos de alunos de outras escolas caldenses que se inscreveram no CLN. Houve pois intervenções da EHTO, da ETEO e da Escola Secundária Raul Proença.
O CLN tem um grande potencial, sem dúvida e há opiniões para todos os gostos sobre o futuro do evento. “Achamos que não é preciso que se torne num megafestival com atenção dos media mas é importante que se torne num evento que mereça o respeito da cidade”, disse Micael Rodrigues acrescentando que é uma iniciativa com algum peso na economia local . “São três dias que a cidade não dorme!”, referiu o organizador explicando que contaram com a cooperação de vários empresários. Foi possível constatar que vários espaços comerciais abriram portas até mais tarde.
“Houve muita gente que nos perguntou onde podiam ficar”, afirmaram Micael e Rita que acham que é preciso apostar mais na divulgação dos locais que podem acolher os visitantes que querem vir ao evento. “Há gente que tira férias para poder vir ao CLN”, comentaram.
Os dois elementos da organização acham que a iniciativa já poderia ser uma entidade independente que não é, os apoios têm que ser canalizados através da Associação de Estudantes.

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