Os 18 anos do Caldas Late Night, comemorados sob o tema “Reacção 3.0”, foi um dos pontos altos vividos durante o último fim de semana. O evento teve início na quinta-feira, 29 de Maio e prolongou-se até sábado, 31 de Maio.
A cidade foi invadida por milhares de visitantes, sobretudo jovens, que palmilharam as suas ruas à procura da melhor intervenção.
As casas que antes abriam portas para mostrar os trabalhos artísticos feitos no âmbito da ESAD é que são cada vez mais raras e diminuem na mesma proporção em que aumentam os concertos e os Dj’s sets que têm lugar pelos mais variados espaços da cidade. A organização quer repensar o modelo porque acha que este se está a transformar mais num festival em vez de um evento artístico.
Há muito tempo que não se via a cidade assim tão animada. Na quinta-feira, mesmo sob a ameaça de aguaceiros, o CLN começou com a já tradicional guerra de almofadas que este ano acabou por se transferir da Rua Heróis da Grande Guerra para o Largo da Copa, em frente ao Hospital Termal. Tal como noutras intervenções do CLN de 2014, a verdade é que há mais gente para ver do que para participar e há uma moldura humana que circunda todo o Largo do Hospital Termal.
Iniciada a contenda, muitas das almofadas não resistem e há espuma que salta do que antes eram travesseiros.
De ano para ano, há criatividade nos participantes da Pillow Fight e há quem traga bóias de praia e máscaras de gás para as batalhas que se sucedem.
E enquanto decorrem os jogos do campeonato de ténis, havia autores que completavam as suas intervenções no parque.
Junto aos courts, no coreto e até no Céu de Vidro onde houve música e dança.
À noite de quinta-feira foi a mais calma com algumas das casas a abrir para mostrar algumas das intervenções. Um dos momentos altos foi também a participação da Banda Comércio e Indústria que “abriu” o CLN à noite, tendo vindo em arruada e actuado na antiga Praça do Peixe. Este local foi um dos pólos mais animados do evento, tendo existido momentos em que não se via a calçada com milhares de pessoas a ocupar todo o recinto.
“Era bom que o evento se realizasse mais vezes no ano”, ouvia-se entre quem tem casas abertas ao público e que neste fim de semana não parou de laborar um segundo.
O Espaço Abril, na Rua de Camões, acolheu a exposição “Ideia de Produto” que integrou projectos de 38 alunos do curso de Design Industrial e do mestrado de Design de Produto da ESAD. Na rua Heróis da Grande Guerra houve uma colectiva de joalharia de autor com várias propostas contemporâneas. Por toda a cidade realizaram-se concertos, uma passagem de modelos, exposições e performances.
LComandante & General protagonizaram um momento alto com um concerto na Praceta (Bairro Azul) na sexta-feira e no sábado o designer de moda caldense André Nobre apresentou um desfile de moda na Rua das Montras (com saída do centro comercial) que surpreendeu os transeuntes.
A acompanhar as novas tendências, o CLN contou com aplicações para telemóvel, o que permitiu aos utilizadores saber a localização e as horas a que se realizavam os eventos.
“Na minha opinião, o CLN tem que ser repensado”, disse João Azevedo, um dos organizadores do evento, à Gazeta das Caldas. “O espírito de portas abertas que o evento tinha inicialmente está-se a perder”, acrescentou o organizador, dando conta que a larga maioria dos eventos acontece nos espaços públicos. Deverá, por isso, iniciar-se um debate sobre o futuro desta iniciativa “que se está a transformar sobretudo num festival, em vez de ser um evento artístico”.
Natacha Narciso
nnarciso@gazetadascaldas.pt































