Caldas Late Night faz 20 anos e vai ser marca registada

1
1341
Durante três dias, o CLN animará a cidade, numa iniciativa dos alunos da ESAD (Foto de arquivo) | NATACHA NARCISO

É já na quinta-feira da próxima semana, dia 26 de Maio, que começa o Caldas Late Night (CLN). Esta é a 20ª edição desta iniciativa, que se vai estender até ao dia 28 e que é organizada anualmente por alunos da escola de artes caldense.
O evento vai contar, como é habitual, com exposições, concertos e intervenções artísticas que terão lugar no espaço público e nas próprias casa dos participantes. Há aliás um espírito de voltar às raízes pois o tema escolhido para este ano é “Retrospectiva”.
Marina Lobo, uma das organizadoras desta edição, diz que gostaria de destacar mais a parte cultural e menos o aspecto da festa.
Uma novidade deste ano é o registo da própria marca de modo a que o CLN “possa continuar associado aos alunos à ESAD e à cidade”, disse Marina Lobo, que considera que celebrar 20 anos é um acontecimento importante.

No ano anterior, “o CLN viveu uma depressão, colocou-se em causa” e agora com “Retrospectiva” pretende-se que o evento possa “guardar o melhor que lhe aconteceu no passado e desta forma poder crescer no futuro”, disse.
Ao todo há 117 inscrições para esta 20ª edição que está a ser organizado por quatro jovens de Artes Plásticas, de Design de Ambientes, Design Gráfico e de Som e Imagem. Têm idades entre os 19 e os 23 anos e são de Lisboa, Coimbra, Guarda e Braga.
Garantidos estão a habitual Guerra de Almofadas e ainda o escorrega (feito numa manga plástica) que é colocado na Rua da Ilha. Ontem, 19 de Maio já houve uma iniciativa “Warm up CLN – Retrospectiva  X ReSeclar” na ex-Secla que inclui um concerto e uma feira de autor. No dia 25 de Maio está previsto um Sunset que terá lugar no Parque D.Carlos I e já está também marcada a festa de arraial popular que terá lugar a 27 de Maio na Rua Leão Azedo.
Este evento relacionado com a divulgação artística atrai muita gente de fora da região que, durante três dias terá oportunidade de contactar com várias formas de arte e de expressão. O CLN só terminará a 28 de Maio quando o sol raiar, já domingo, com a habitual festa que este ano se muda da ESAD para as instalações da Secla.

- publicidade -

1 COMENTÁRIO

  1. A recente polémica sobre o financiamento dos colégios privados revelou de forma obscena a forma descarada como deliberadamente ignoramos princípios fundamentais consignados na nossa magna carta, quando se trata de defender interesses privados. Tendo em conta que temos mais de quarenta anos de democracia, temos a obrigação de não termos atitudes de caloiro, tanto mais quanto a experiência da democracia é uma fonte inigualável de aprendizagem. A juventude precisa de exemplos e referências. O modelo da “toupeira” , nos transportes e na diversão revela-se pouco adequado precisamente numa época em que se exige sobretudo sacrifício e vida saudável dos futuros cidadãos. As recentes festas nas antigas instalações da SECLA revelam-se um “erro cívico” irreparável, tendo em conta a experiência da Expoeste, (a proximidade imediata de bairros residenciais) e a Lei do Ruído que dá um sinal claro da tendência atual(até na União Europeia) de defesa da tranquilidade enquanto valor fundamental necessário ao desenvolvimento harmonioso da personalidade, valores protegidos na própria Constituição da República, que tutela os interesses da “coisa” pública e não qualquer interesse imediato e privado. Em caso de conflito de valores predomina o mais importante. Precisamente o que foi sacrificado. Sabe-se também que o comportamento juvenil nestas circunstâncias é de molde a provocar lixo e danos dado que naturalmente invadem as referidas áreas residenciais contíguas. Há uma regra de oiro que os decisores autárquicos devim seguir : “não faças aos outros o que não queres que te façam” e neste sentido lanço aqui o repto para que de futuro autorizem estas atividades mesmo junto à porta das suas casas, pois como referi, a experiência é a madre de todas as coisas. No entanto a vida é demasiado breve para simulações pelo que o gáudio de uns comporta o sofrimento de outros. Embora a questão seja de princípio, nem um só gesto a Câmara esboçou para limpar o lixo que autorizou que se atirasse para o quintal vizinho (talvez por a entender como uma área privada). Se Cultura é grafitar paredes, deixar espalhadas garrafas e lixo de toda a espécie numa área residencial privada, há que questionar que modelos estamos a fornecer à juventude. A Câmara não pode ignorar que isso seria um inevitável dano colateral. Por isso devia ser a Câmara a pagar os danos causados ou reparar imediatamente a situação, para não falar nos danos do ruído. Não está em causa a liberdade que cada um tem de se divertir, desde que se responsabilize pelos seus atos ( e nessa atitude respeitar o que é dos outros sem causar danos ao mesmo tempo que levaria ao fracasso iniciativas “ilegais” à partida), o que está em causa é que os nossos impostos sejam postos ao serviço de atividades nocivas do ponto de vista do ruído ( e correlativos danos na saúde), do lixo e outros danos nas paredes, precisamente com o aval da Câmara (tendo em conta também a formação em Direito do seu máximo representante e o claro desprezo pelos valores referidos da tranquilidade , protegidos pela lei) e tendo em conta que devia ser uma instituição insuspeita na aplicação da lei. Não é de sonegar quão difícil é hoje ter carreiras académicas de sucesso, ter e manter emprego, adquirir casa e ter zero dívidas, pelo que pessoalmente não abdico da proteção que a lei confere em relação ao valor “tranquilidade” de quem reside na sua casa, valor aliás sem o qual tudo o resto nem sequer fará sentido, nem mesmo a diversão.