Alcobaça e Caldas recebem pela primeira vez o Congresso Internacional da Cerâmica e acolhem especialistas de vários países até dia 20
O mosteiro de Alcobaça recebeu, a 16 de setembro, a sessão de abertura do 51º Congresso da Academia Internacional de Cerâmica.
A cerimónia inaugural contou com a presença de responsáveis daquela entidade, de autarcas e dos muitos convidados, cerca de 300 de 50 nacionalidades e que vão estar nesta região até sexta-feira, 20 de setembro.
Antes e após o Congresso, os participantes estão a realizar viagens pelas várias localidades portuguesas com relação com a cerâmica.
O congresso da AIC acontece de dois em dois anos e é um importante ponto de encontro internacional para este setor. É a primeira vez que o evento da AIC decorre em Portugal, mais de sete décadas após a criação desta Academia, sediada em Genebra.
Hermínio Rodrigues, presidente da autarquia de Alcobaça, afirmou que “a vinda deste congresso para o Oeste é da mais elementar justiça, dada a profunda tradição da cerâmica que grassa nestas terras de Cister, desde os monges barristas até às atuais indústrias de renome internacional, que continuam a levar o nome de Alcobaça pelo mundo fora”. De acordo com o edil alcobacense, os congressistas “poderão testemunhar a grandeza do setor em Alcobaça, que detém mais de 50 empresas, com faturação na ordem dos 150 milhões de euros, 80% dos quais resultantes de exportação”.
Para Vítor Marques, presidente da Câmara das Caldas, a vinda desta iniciativa “coloca o país no epicentro do mundo cerâmico, destacando o valor das Caldas enquanto Cidade Criativa da UNESCO do Artesanato e Arte Popular.
O autarca destacou ainda o território como “o cenário ideal para acolher este grande fórum de discussão que reflete e imagina a cerâmica de várias formas. Miguel Capão Filipe e Conceição Henriques, da Associação Portuguesa de Cidades e Vilas de Cerâmica (além de vereadora da Cultura nas Caldas) sublinharam a importância do evento para Portugal e que, além de celebrar a tradição cerâmica portuguesa, abre portas para novas colaborações internacionais. Por seu lado, Torbjørn Kvasbø, presidente da AIC, realçou a pertinência do congresso, descrevendo-o como um ponto de encontro internacional de alto nível que “promove a excelência nas artes cerâmicas e reforça o diálogo entre tradição e inovação”.
Alexandre Nobre Pais, presidente da Museus e Monumentos de Portugal, proferiu a palestra inaugural sobre a relação entre o património cerâmico e a cultura mediterrânica. Na abertura houve a homenagem ao ceramista Manuel Cargaleiro e a assinatura da doação das “Coleções Maria do Céu e Luís Pereira de Sampaio” à Câmara de Alcobaça. Seguiu-se a inauguração de “Cerâmica Mediterrânica e a sua Influência Global”no Armazém das Artes e à tarde visitaram-se as fábricas Arfai, S. Bernardo PPA e Jomazé.
A 17 de setembro, o congresso transferiu-se para o CCC onde tiveram lugar apresentações temáticas sobre a cerâmica, proferidas por especialistas de vários países. Entre as convidadas estiveram Helena Gonçalves Pinto, da Universidade Autónoma de Lisboa e anterior responsável pelo Museu do Hospital que participou com uma apresentação sobre cerâmica e património termal. Posteriormente abriram várias exposições, patentes no centro cultural. Segundo a vereadora, Conceição Henriques, a vinda deste congresso internacional “é uma oportunidade única” para Portugal pois irá colocar esta região no mapa da cerâmica mundial. A autarca também sublinhou que as duas cidades anfitriãs, que têm pergaminhos em relação à cerâmica, apoiaram-se mutuamente e trabalhámos como “uma só equipa”. E dessa forma foi possível receber este evento, com apenas dois anos de prepração. Outras localidades “tiveram mais anos para preparar este Congresso”, rematou. ■































