De 24 a 27 de Maio a cidade tornou-se no epicentro do design graças à iniciativa Caldas Design Week, um evento organizado em parceria pelos SILOS – Contentor Criativo, Vicara, Arquivo 237, ESAD e Câmara das Caldas.
Exposições, palestras e ateliers abertos fizeram parte de um programa diversificado que uniu a manufactura tradicional às indústrias criativas e, através da cerâmica e do vidro, fez referência às Caldas e à Marinha Grande. Participaram nesta primeira edição cerca de 50 artistas.
É num dos armazéns do antigo complexo fabril da Secla que encontramos a principal exposição do Caldas Design Week, composta por quatro módulos e uma instalação. “Multitude – do ideal ao possível” é como se designa a mostra e Paulo Sellmayer, co-fundador do evento, explica o porquê do nome. “Em primeiro lugar trata-se da edição zero, de tornar possível uma ideia com poucos recursos e em pouco tempo, além que estão em exposição muitos trabalhos diferentes”. Da cerâmica ao vidro, das novas tecnologias a peças inspiradas em cabides, confirma-se: o design surge aplicado em expressões artísticas muito distintas.
Os diferentes espaços expositivos são divididos por mais de 150 canas que, pelas mãos de Jorge Carreira e Eneida Tavares, deram forma a uma estrutura que, não fazendo parte do catálogo da exposição, também ganhou proporções de uma obra de arte. A Câmara das Caldas também cedeu expositores da Fábrica Bordallo Pinheiro e a organização valeu-se ainda de material antigo da Secla para criar suportes para os trabalhos.
No módulo dedicado ao vidro – coordenado por Samuel Reis – encontramos peças criadas no workshop de vidro soprado do Cencal da Marinha Grande e no da cerâmica – orientado por Vitor Agostinho – é possível acompanhar as tendências actuais ao nível nacional e conhecer nomes de autores independentes.
Já o módulo dirigido por Paulo Sellmayer apresenta um conjunto de peças originais que reinterpretam o objeto do cabide/cruzeta, enquanto o Arquivo 237 (galeria de arte convidada) expõe o trabalho de André Duarte, Catarina Lee & João Freire e Susana Sanches.
Os quatro artistas criaram obras inspiradas no conceito “Late Night” explorando os cinco sentidos. André Duarte desconstruiu um destilador de fragrâncias e inclusive criou bolhas de gin comestíveis que os visitantes puderam provar na inauguração. Esta instalação simboliza os sabores e o cheiros da noite. Catarina Lee e João Freire recorreram a um programa de computador para desconstruir a música “Strangers in the Night” (Frank Sinatra), convidando as pessoas a interagirem com o computador.
Susana Sanches também criou uma instalação interactiva: uma câmara no ar detecta o movimento humano e, através do software Processing, os passos são codificados e dão origem a padrões exibidos numa tela branca.
O Caldas Design Week foi uma iniciativa integrada na programação do ReSeclar (projecto que durante o mês de Maio dinamizou exposições, concertos, festas e workshops na Secla) e ainda do Caldas Late Night. Participaram neste evento cerca de 50 artistas, a maioria com ligação às Caldas da Rainha.































