A exposição “Um ano de Caldastoon” abriu ao público a 17 de Fevereiro no CCC com a presença de muitos amigos, familiares, colegas e conhecidos do cartoonista Bruno Prates. A mostra, que reúne as 52 tiras que o autor publicou semanalmente na Gazeta das Caldas, vai transitar para a Casa Antero, que é também patrocinadora desta iniciativa. Gazeta das Caldas editou um catálogo que reúne as tiras satíricas de muitos assuntos relevantes para as Caldas da Rainha e que marcaram o ano de 2015.
O foyer do CCC encheu-se de gente para assistir à inauguração da exposição de Bruno Prates. Quem se destaca são os mais novos, alunos do cartoonista que levaram os seus pais à inauguração da mostra do professor Bruno, aquele que os ensina a desenhar e lhes explica como um simples desenho pode assumir pequenas dimensões (em t-shirts ou canecas) ou gigantescas, passando a decorar e a colorir paredes de cantinas.
“Ele é um seguidor de Bordallo Pinheiro”, disse Carlos Mota, director do CCC sobre Bruno Prates. “É mesmo mais um apaixonado pelo trabalho daquele artista”, acrescentou o responsável, que tem feito vários trabalhos em parceria com este autor. Mota ainda sublinhou que o equipamento que dirige vai continuar a abrir a porta a experiências deste género “que reúnem vários interesses sociais e culturais”. Referia-se a iniciativas como a de Prates, que uniu o seu trabalho a empresários locais que patrocinam as suas tiras na Gazeta das Caldas.
Por seu lado, José Luís Almeida Silva, director deste semanário, referiu que até à colaboração do Bruno, não havia tradição na publicação do cartoon que vê agora como um factor de valorização do jornal.
“Ele é um despertador de consciências”, disse Mariana Calaça Batista, autora do Caixa Negra, um projecto de Gestão Cultural que pretende apostar na reflexão sobre a cultura da cidade das Caldas. Referia-se a Bruno Prates e ao seu trabalho atento e crítico sobre o que vai passando na sua cidade, tendo afirmado que o cartoonista conhece bem a urbe, a sua história e os seus protagonistas.
Jorge Machado, director do jornal BD, que é também colaborador da Gazeta das Caldas, elogiou o trabalho gráfico do caldense, mas acha que este necessita de diminuir o discurso escrito. Na sua opinião, todos os eventos relacionados com a divulgação do cartoon ou da BD são muito bem vindos e ainda destacou que em Portugal decorrem dois salões, importantes na divulgação destas artes: o Porto Cartoon e o World Press Cartoon.
Depois foi visto o testemunho em vídeo de Jaime Feijão, jornalista e também amigo do autor, que se encontra na Suíça e que sempre foi um grande apoio para Bruno Prates, no arranque da sua carreira como cartoonista. Prates desenvolve a sua própria marca, desenha por encomenda e está sempre pronto a aceitar novos desafios.
Presentes com palavras de incentivo e de continuação de bom trabalho estiveram o presidente da Câmara e o vice-presidente, Tinta Ferreira e Hugo Oliveira, respectivamente. “Se eu fosse verdadeiramente um cartoonista eles não estariam aqui comigo!”, disse Bruno Prates, sublinhando assim o “fair play” daqueles políticos locais, tantas vezes retratados e criticados no Caldastoon. O relacionamento com a autarquia não podia ser melhor pois Bruno Prates está a desenvolver com as crianças do pré-escolar e do primeiro ciclo um projecto que tem por base o desenho. “O que eu quero é desenhar para vós”, disse o autor que espera que alguns dos seus alunos possam dar continuidade ao seu trabalho no futuro e assim, “continuarem a fazer algo pela minha cidade”. O cartoonista acredita que as crianças são “o motor para o futuro”, e quer ensinar-lhe o que sabe, em nome de uma vida livre e democrática.
O autor não podia ter ficado mais satisfeito pela presença de alguns colegas professores e de elementos das várias instituições com quem tem trabalhado. Em peso marcaram presença os elementos das direcções do Sporting das Caldas e da Associação de S. Gregório, entidades com quem o cartoonista tem desenvolvido projectos. A diversidade de públicos, presente na mostra surpreendeu o autor. E tudo por causa de um género de desenho, o cartoon, que para o criador “até há pouco tempo era tão desvalorizado”.
Com a projecção da publicação na Gazeta, Bruno Prates crê até que surjam outros autores dado que nas Caldas há muitos ilustradores com trabalho de muita qualidade. “O que difere é a forma como se faz chegar o trabalho às pessoas”, disse.
A sessão contou com a actuação de Miguel Campos (saxofonista dos Cottas Club Jazz Band e Orquestra Ligeira Monte Olivett) e Rodrigo Correia (contrabaixo e alunos do Conservatório das Caldas).
O catálogo com as 52 tiras conta ainda com textos do director da Gazeta das Caldas, José Luís Almeida Silva e de dois amigos do autor, Jaime Feijão e Mariana Calaça Batista. Está à venda na Gazeta das Caldas e custa cinco euros.
Depois da Casa Antero, Bruno Prates passou agora a posicionar as suas personagens no balcão da Mercearia Pena. Mais tarde vai passar para o Café Capristanos, ambos do empresário Rui da Bernarda.






























