A Bordallo Pinheiro abriu as portas da sua fábrica nas Caldas da Rainha ao outro lado do oceano Atlântico pois convidou 16 artistas plásticos brasileiros da actualidade a reinventar o imaginário da marca fundada por Rafael Bordallo Pinheiro.
A celebrar os 125 anos, a marca aposta na internacionalização tentando chegar ao mercado brasileiro e arrancando com um projecto cultural.
Esta iniciativa – “16 BB – Bordallianos do Brasil” – dá o pontapé de saída da estratégia de internacionalização das Faianças Bordallo Pinheiro para o Brasil, país onde, há mais de 110 anos, Rafael Bordallo Pinheiro deixava uma das mais importantes peças produzida nas Caldas da Rainha: a famosa “Jarra Beethoven”, com os seus 2,60 metros de altura, exemplar único que Bordallo Pinheiro ofereceu à Presidência da República do Brasil, em 1899, e que actualmente está exposta no Museu Nacional de Belas Artes, em São Paulo.
Este projecto artístico de diálogo luso-brasileiro sobre o legado das Faianças Bordallo Pinheiro vai trazer à fábrica das Caldas da Rainha, até Março de 2012, 16 artistas plásticos brasileiros de diversas áreas, desde a pintura à escultura, passando pelo estilismo e moda.
Durante o processo criativo, cada artista passará dez dias em Portugal, ao longo dos quais tomará contacto com a fábrica da Bordallo Pinheiro nas Caldas da Rainha.
A iniciativa vai culminar na criação de 16 peças únicas Bordallo Pinheiro com “sotaque brasileiro”, limitadas a 250 exemplares: 125 exemplares destinados ao mercado português e outras 125 peças que serão comercializadas no Brasil. Estas serão lançadas no final de 2012, em duas exposições – em Lisboa e em São Paulo –, em espaços de referência museológica de arte moderna e contemporânea de Portugal e do Brasil.
“Queremos arrancar a internacionalização da marca Bordallo Pinheiro para o mercado brasileiro no final de 2012, ancorados neste projecto artístico, que pretendemos que seja revelado em São Paulo, mas que, posteriormente, possa itinerar pelo país inteiro, levando a obra e a arte da marca centenária Bordallo Pinheiro a um mercado com um enorme potencial de crescimento”, disse Nuno Barra, director de Marketing da Bordallo Pinheiro.
Segundo aquele responsável o futuro da Bordallo Pinheiro “passa, por parcerias internacionais com artistas plásticos e diálogos com outras culturas. Queremos levar a Bordallo Pinheiro a todo o mundo, enriquecendo ainda mais a sua história e o seu legado artístico”, acrescentou.
Caetano de Almeida já está a trabalhar nas Caldas
O primeiro artista a iniciar a aventura bordalliana já está em Portugal a trabalhar. Trata-se de Caetano de Almeida, pintor, que vive e trabalha em São Paulo. Com obra apresentada e reconhecida no estrangeiro, nomeadamente em Nova Iorque e em Madrid, encontra-se nas Caldas da Rainha a desenvolver o seu projecto na fábrica da Bordallo Pinheiro.
O grupo ainda integra Saint Clair Cemin (escultor, com o seu trabalho exposto em vários museus do mundo e com várias obras de arte pública espalhadas pelo globo), Barrão (pintor, escultor, artista multimédia, com obra exposta em todo o mundo), Caetano de Almeida (pintor que integra várias colecções internacionais), Tunga (escultor e desenhista com currículo internacional), Regina Silveira (pioneira da vídeo-arte brasileira e professora de grandes nomes artísticos contemporâneos do Brasil), Efrain de Almeida (escultor, com influência religiosa, e intensa participação em bienais da América do Sul), Fábio Carvalho (pintor, representado em diversas colecções internacionais), Frida Baranek (escultora, representada em várias colecções internacionais, reside actualmente em Londres), Marcos Chaves (artista plástico que recorre muito à fotografia e vídeo, com exposições em todo o mundo), Sérgio Romagnolo (pintor, escultor e professor na Universidade Estadual de São Paulo), Tonico Auad (artista plástico que utiliza desenhos, instalação e fotografia na sua obra internacionalmente exposta e reconhecida, reside actualmente em Londres), Tiago Carneiro da Cunha (pintor e escultor, expõe regularmente em todo o mundo, integrando várias colecções internacionais), Erika Versutti (escultora, representada em diversas colecções internacionais), Estela Sokol (pintora, expõe regularmente no Brasil e internacionalmente), e as estilistas de renome mundial Isabel Capeto e Martha Medeiros.
O projecto Artistas Brasileiros em curso conta com o apoio da TAP e do Sana West Coast Hotel.
Caetano de Almeida é o primeiro dos “16 Bordallianos” do Brasil
O primeiro artista do grupo de 16 brasileiros que integra o projecto “16 BB – Bordallianos do Brasil”, Caetano de Almeida, esteve durante 10 dias nas Caldas a criar a sua peça. O artista plástico, de 47 anos, vive e trabalha em S. Paulo e diz que gostou da experiência de trabalhar na fábrica caldense, prometendo regressar para desenvolver novos projectos.
Caetano de Almeida, que regressou ao Brasil na quarta-feira passada, realizou o seu trabalho inspirado numa peça de Bordalo Pinheiro.
Peças bordalianas nas comemorações do 5 de Outubro
A fábrica caldense está também a marcar presença no Jardim da Cascata, no Palácio de Belém, em Lisboa, pois há várias peças da fábrica na exposição “Fábulas-desenhos de Almada Negreiros. São os grandes bichos bordalianos que se unem à mostra de ilustrações realizadas pelo pintor para o livro de Joaquim Manso intitulado “Fábulas”, editado em 1936.
A mostra está incluída na programação das comemorações oficiais do 5 de Outubro. A exposição pode ser vista até 30 de Outubro, de terça a sexta-feira, entre as 14h00 e as 17h30 e aos sábado, domingos e feriados das 10h00 às 17h30. Encerra às segundas-feiras.






























