A vida e obra de D. Leonor está em destaque no Turismo, numa iniciativa da Biblioteca caldense. Acolhe documentos importantes da fundadora das Caldas
“Nas Águas da História: O Legado da Rainha D. Leonor” abriu ao público no sábado, 5 de julho, na galeria do Espaço Turismo.
A mostra, cuja inauguração foi muito participada, acolhe manuscritos a livros, publicações periódicas e material iconográfico que pertencem ao fundo local da Biblioteca das Caldas, que organizou a iniciativa. A vereadora Conceição Henriques na inauguração afirmou que D. Leonor “foi uma rainha extraordinária que gerou aqui um novo território”, logo, para nós caldenses, rainha D. Leonor “é uma figura fundacional”. ainda não se falava em férias em termos gerais e já existiam nas Caldas as “férias termais”.
A Rainha foi fundamental não só na criação do território mas também na criação de uma certa identidade local que ainda hoje existe.
A autarca ainda se referiu às vagas de receção aos refugiados, referindo que “esse contacto permanente com o outro, torna-nos mais abertos a receber outras pessoas”. E conta que por causa das artes, há hoje “muitos interessados em querer vir viver para esta região”.
A bibliotecária Aida Reis fez a visita guiada por esta exposição, dando a conhecer alguns dos doadores e algumas aquisições por parte do município, de documentos e obras que permitem que se conte a história desta região.
Presente está um fac-símile de um Livro de Horas da própria Rainha e cujo original se encontra na Biblioteca Nacional. Trata-se de uma obra de devoção medieval, popular entre a nobreza e a elite entre os séculos XIV e XVI. Eram usados para a oração privada e têm textos litúrgicos como salmos e orações para as diferentes horas do dia. Estão expostos dois manuscritos do século XVIII e entre os impressos, o mais antigo data de 1726. Estão também presentes várias edições da Gazeta das Caldas, semanário que está a celebrar o seu centenário e não lhe faltam artigos sobre a Rainha ao longo da sua história. Inclui outras publicações periódicas como Os Cavacos e O Progresso, além de postais ilustrados e fotografias que mostram a evolução da própria cidade.
Numa das paredes da galeria apresenta-se uma linha do tempo que assinala os momentos centrais da vida desta Rainha desde o seu casamento, nascimento do filho até ao assassinato do seu irmão. Também as datas referentes à Carta de Privilégios – emitida em 1488 – que se atribuía a quem viesse morar para esta zona, assim como a fundação do hospital em 1485 nas então Caldas de Óbidos.
Presentes estão várias imagens do Hospital Termal que sofreu várias transformações ao longo dos tempos. Também se encontram documentos sobre a capela do Hospital que passou a ter torre sineira e pia baptismal, “condições necessárias para se tornar igreja matriz”, contou a bibliotecária.
Aida Reis salientou o papel de D. João V nas Caldas, que mandou criar os várias chafarizes da cidade, além de uma das reformas do seu hospital.
Estão também para apreciação documentos relacionados com as análises científicas às suas águas termais até às diferentes vivências sociais que se desenvolveram ao longo dos séculos.
Presentes estão igualmente obras de vários biógrafos da rainha como Frei Jorge de S. Paulo, Fernando da Silva Correia e Augusto da Silva Carvalho.
Em várias vitrines podem ser vistos o Livro do Compromisso, fundacional da Hospital Termal, várias referências a Gil Vicente, protegido de D. Leonor e que representou autos na cidade como foi o caso de Auto de S. Martinho que foi estreado na Igreja do Pópulo em 1504.
Patente até ao dia 14 de agosto, esta exposição que dá a conhecer o Fundo Local da Biblioteca das Caldas da Rainha sobre a fundadora da cidade.


































