Bazar à Noite teve quatro mil visitantes e para o ano vai decorrer noutras localidades

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A Garagem do Montepio recebeu a edição natalícia do Bazar

Bazar à Noite é um evento consolidado e em 2024 vai expandir-se para outras localidades

Foram perto de quatro mil pessoas as que visitaram o Bazar à Noite, entre os dias 7 e 9 de dezembro, na Garagem do Montepio. Alguns aproveitam mesmo esta realização para lançar novos produtos e também para trabalhar ao vivo. Foi o que aconteceu com a designer de jóias Liliana Alves que trabalhou ao vivo e que ainda apresentou a sua nova peça “Vulva” que significa “a representação do feminino, do prazer e da fertilidade”, contou a artista à Gazeta das Caldas enquanto mostra esta peça de joalharia que se apresenta em metais de várias tonalidades. Faz sentido este tema uma vez que a autora está grávida e, por isso, a temática do feminino ganha relevo.

Quem também quis dar a conhecer uma nova coleção de cerâmica nesta iniciativa foi a artista plástica Mariana Sampaio, que usou engobes e a técnica do esgrafitado para as decorar. Tem peças pintadas a preto e com decorações de inspiração tribal, as verdes com motivos hispano-árabes e as bordeaux “inspiradas nas rendas das minhas avós”, especificou a autora. A ceramista fez uma parceria com a loja do Sr. Jacinto e assim “estou a representar as duas marcas”. As obras em cerâmica foram apresentadas em móveis feitos por aquela marca caldense e assim “é mais fácil os clientes visualizarem como ficarão as peças nas suas casas”.
Mariana Sampaio está a fechar 2023 com resultados positivos pois apostou na formação e tem as turmas cheias de interessados. “Fiz um atelier para crianças no verão que vou voltar a fazer nas férias de Natal”, disse a autora que tem o seu atelier de trabalho nos Silos. E é lá que iniciou um curso de cerâmica para adultos com a duração de nove meses. “Este funciona em pós-laboral mas vou em breve abrir outra turma que vai funcionar durante o dia.”
Fez ainda uma coleção de peças de cerâmica dedicada ao cavalo por causa da Feira da Golegã (de onde é natural). Neste momento estas peças estão em exposição numa galeria no Cadaval. Depois dos EUA, a autora irá dar formação de cerâmica em Macau.
Ana Sílvia Agostinho vive nas Caldas desde 2018 e trabalha em ilustração. Em geral “sou considerada a ilustradora do auto-cuidado e uma das áreas que me ocupa é a da alimentação”. Diz-se fã da Praça da Fruta e já lhe dedicou um guia sazonal e quer dar continuidade a um projeto maior. A autora, que também trabalhou na área da joalharia, estuda frutas e legumes e quer que este seu trabalho possa ter ligação não só às escolas mas também aos vendedores de Praça, pois “foi por causa da Praça da Fruta que me decidi a ficar por cá!”.
Esta ideia vai arrancar em janeiro e vai contar inclusivamente com receitas feitas com os produtos locais.
Nas várias bancas houve à venda vários produtos de autor e nalguns a própria cidade ou o concelho dão o mote necessário para a produção criativa. É o caso de Manuel Bandeira Duarte e também de Ana Rita Manique, estudante de mestrado da ESAD.CR e que fez uma coleção de aguarelas de diferentes casas e edifícios caldenses e que a autora fez de propósito para a quadra natalícia.
Durante o certame foi possível ter animação ao vivo com músicos locais, “algo que foi importante pois foi possível apostar também na divulgação dos autores locais”, disse o organizador, Nicola Henriques, acrescentando que atuaram Nelson Rodrigues com Picamilho e ainda Júlia Valentim e Martim Broa. No próximo ano, haverá pelo menos cinco edições do Bazar à Noite e uma delas terá “um enfoque maior na cerâmica de produtores independentes”, afirmou o organizador, que deverá anunciar no início de 2024 quando se irão realizar as edições do mercado de criativos. No próximo ano, o certame poderá acontecer noutras localidades, sobretudo, do interior do país. “Nas Caldas está a matriz do Bazar e a mesma poderá ser exportada para outras localidades”, rematou o organizador. ■

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