Quem se dirigiu ao parque D. Carlos I na passada sexta-feira, 20 de Maio, foi agradavelmente surpreendido com palavras poéticas. Em frente ao Museu de José Malhoa estavam cerca de 350 alunos dos agrupamentos de escolas das Caldas e de Óbidos que se “digladiavam” com poemas. Eugénio de Andrade, de Ary dos Santos e de Fernando Pessoa foram apenas alguns dos poetas escolhidos e celebrados pelos estudantes nesta “Batalha de Leitura”, onde as palavras dos poemas, são “dessacralizadas” e ditas como nas hip hop battles (batalhas de hip hop) ou nas cantigas ao desafio de tradição popular. Uma ideia a repetir.
Colocar os alunos a ver quem consegue entoar um poema de uma forma divertida, como se fosse um desafio de hip-hop ou uma cantiga ao desafio pode, de facto, constituir-se como um estímulo e conseguir pôr estudantes de todas as idades a interessar-se pela poesia.
Com o objectivo de estimular a relação dos alunos com o texto poético e de desenvolver as capacidades argumentativas e o espírito crítico, nasceu a “Batalha da Leitura” que teve larga adesão entre os estudantes de várias idades. Foi o que se constatou durante a realização do evento, com muitas palmas e com o público dividido após ter escolhidos os seus declamadores favoritos.
A ideia de realizar este evento no final do ano lectivo partiu dos professores bibliotecários das várias escolas. “Queremos fechar com chave de ouro esta realização da Batalha de Leitura e de Poesia, tal como fazemos nas bibliotecas das escolas”, disse Luís Gouveia, professor bibliotecário do Colégio Rainha D. Leonor e um dos organizadores deste evento cuja final decorreu no Parque.
Os vencedores da Batalha de Poesia e de Leitura foram Edvânea Mateus (Escola Secundária Raul Proença, no escalão Ensino Secundário), João Cenicante (Agrupamento de Escolas D. João II no escalão 3º Ciclo) e João Tomás (Agrupamento de Escolas D. João II no escalão 2º Ciclo). Estes foram os participantes que conseguiram vencer as pré-eliminatórias realizadas nas suas escolas.
E o que é necessário para ser um bom declamador? É necessário que através da forma que se lê se consiga “transmitir melhor a emoção que nos traz a poesia”, explica Luís Gouveia.
Cada aluno escolheu dizer poemas dos seus poetas favoritos, mas também houve uma fase do concurso em que os participantes interpretavam versos de poemas escolhidos ao acaso naquele momento.
O júri deste concurso era composto por elementos da Rede de Biblioteca escolares, um bibliotecário das Caldas, um de Óbidos e um actor do Teatro da Rainha.
“Esta é uma festa estupenda”, disse Teresa Calçada, coordenadora do Programa da Rede de Bibliotecas Escolares. A responsável estava satisfeita e salientou tratar-se de um evento que une os agrupamentos escolares dos dois concelhos, tendo ficado surpreendida pela forma “moderna” como os jovens encaram a poesia.
“Este novo olhar só pode ser bom, é uma forma descontraída de lidar com os poemas e por isso a organização está de parabéns”, disse a convidada.
Nesta iniciativa envolveram-se os professores bibliotecários Noémia Machado (Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro), Luís Gouveia (Colégio Rainha D. Leonor), Inês Fernandes (Agrupamento de Escolas Josefa de Óbidos), Eudora Pereira (Agrupamento de Escolas de Santa Catarina), Anabela Martins e Isabel Seno ( Agrupamento de Escolas de Santo Onofre), Graça Louro, Florbela Matias e Luís Germano (Agrupamento de Escolas D. João II) e Celeste Custódio (Escola Secundária Raul Proença). A apresentação do evento e as tarefas de apoio à realização estiveram a cargo dos alunos do Curso Profissional de Técnico de Comunicação e Marketing da Secundária Rafael Bordalo Pinheiro.






























