Foram 11 as bandas que a Gazeta das Caldas deu a conhecer desde o dia 22 de Maio des
te ano, quando saiu a primeira edição da rubrica “Bandas Locais”. Embora sem microfone, o objectivo concretizou-se: dar voz às bandas para contarem as histórias que se escondem por detrás das suas músicas. A maior parte destes grupos começou por brincadeira e pelo prazer de tocar entre amigos, acabando por originar projectos sérios, a maioria com trabalhos já lançados, alguns em vários países. Orgulhosas por serem caldenses, estas bandas constituem a prova de que ainda se faz música nas Caldas da Rainha, ainda que não seja com a pujança dos anos 90.
Los Waves, Cave Story, Salmoura, Challenge, Loopooloo, Raging Dildos, Leaf, Nasty World, 74, Vizir e Kerafix & Vultaire. Eis as bandas que passaram pela rubrica da Gazeta das Caldas, mas a lista podia estender-se mais ainda, pois as bandas caldenses que estão no activo não se resumem apenas a estes 11 nomes.
Têm em comum o gosto pela música, mas, ao mesmo tempo, todas se distinguem uma das outras, quer pelo registo musical em que tocam, quer pelas histórias que trazem consigo. No seu conjunto, estas bandas formam parte do quadro musical que se pinta actualmente nas Caldas, reunindo variadíssimos géneros: rock, rock alternativo, jazz, hardcore, punk, metal, electrónica e house.
A maioria canta em inglês, apresentando o argumento do “público estrangeiro”, que tem assim mais facilidade em entender a mensagem. Há, contudo, excepções, como os Salmoura, os 74 e os Vizir, bandas que se prendem às suas origens linguísticas. No caso dos Salmoura, a língua portuguesa surgiu como primeira opção natural, afirmou-o Rita Couto, a vocalista, que sempre se sentiu mais confortável a escrever poesia em português. Já os 74, outro exemplo, expressam-se em português precisamente porque o conteúdo das suas letras, em modo de intervenção, retrata o cenário do nosso país.
Caldas é referência do hardcore
De todos os géneros musicais presentes, há um que se destaca pela forma como tem dinamizado as Caldas da Rainha nos últimos dois anos: o hardcore, que se caracteriza pela sua sonoridade agressiva e pelos concertos cheios de energia, tem trazido centenas de pessoas às Caldas, vindas de vários pontos do país. Graças ao movimento impulsionado pelos Challenge e alimentado por outras bandas, como os Nasty World, a cidade tem sido palco para bandas nacionais e estrangeiras, que fazem questão de aqui actuar. As Caldas tornaram-se, deste modo, uma referência nacional do hardcore e o local de nascimento de várias bandas nos últimos tempos.
Têm em média, três a quatro anos de idade. A banda mais nova nasceu no ano passado – a dupla de DJs Kerafix & Vultaire -, mas há quem contabilize 15 e 20 anos de idade, como os Vizir e os Loopooloo, respectivamente. O segredo para tantos anos de banda, garantem, é amizade que une todos os elementos e que permite ultrapassar um dos maiores obstáculos: a falta de tempo para os ensaios, que se vão adiando devido aos compromissos profissionais e familiares, mas também por nem todos os membros viverem actualmente nas Caldas.
Falar das bandas caldenses significa igualmente falar dos espaços e eventos que contribuem para divulgar o seu trabalho na cidade, como o bar Parqe, um dos que mais recebe concertos de hardcore, o Centro da Juventude, que organiza anualmente o concurso “Caldas Dá-te Música” e recebe o festival “Colhões de Ferro” (metal) e ainda o Caldas Late Night, o evento cultural e artístico que mais pessoas traz às Caldas durante o mês de Maio, consistindo num dos melhores momentos para as bandas ganharem visibilidade nacional.






























