Perante um lotado grande auditório do CCC a Banda Comércio e Indústria apresentou o tradicional concerto de Ano Novo com uma novidade: o lançamento do segundo CD da banda. Intitulado “Uns Clássicos”, o mais recente projecto conta com arranjos inéditos do maestro Adelino Mota. Em Maio, na vinda de uma comitiva de Santo Amaro de Imperatriz (cidade brasileira geminada com as Caldas), a BCI irá fazer um concerto de homenagem só com música brasileira.

Na tarde de domingo, 6 de Janeiro, o grande auditório do CCC estava lotado para o concerto de Ano Novo da Banda Comércio e Indústria, que já é um clássico nas Caldas.
Os 66 músicos, com idades entre os 11 e os 58 anos, entraram a cantar em coro: “Bom ano novo! Obrigado por terem vindo. Obrigado pelo vosso apoio. No fim há champanhe! Viva a BCI!” e o público respondeu: “Viva!”.
António Macedo foi convidado a apresentar o concerto e começou por elogiar a banda e referir que o título do CD tem um duplo sentido: os temas são clássicos, mas os músicos que compõem a BCI (e a própria banda) já são clássicos da cidade. “Acredito que seja caso único uma filarmónica gravar um CD com 13 temas de sinfónica adaptados para orquestra, num trabalho absolutamente extraordinário do maestro Adelino Mota”, disse.
Foram tocadas 10 músicas, que fazem todas parte do segundo CD da BCI, que foi lançado neste concerto. “Uns Clássicos” inclui, por exemplo, a valsa “Alicinha”, escrita por António Carvalho em 1927 nas Caldas. É o único tema português do disco.
Ouviu-se a marcha “Velhos Camaradas”, de Carl Teike, seguida da opereta “Light Cavalry”, de Von Suppé (cujas melodias foram usadas em vários filmes de Walt Disney) e “L’Impressario” – The Operture” de Mozart, que foi escrito para uma competição que perdeu para o maior rival, Salieri.
Não faltou o “Finale da Sinfonia do Novo Mundo”, de Dvorak e a “Valsa das Flores”, de Tchaikovsky.
Em poucos minutos, e com muito humor à mistura, Adelino Mota ensaiou a plateia para participar, com palmas, nos últimos dois temas. E assim foi, na “Tick-Tack Polka”, de Johann Strauss Jr., e no encore, com a “Radetzky March”, de Johann Strauss, que encerra o tradicional concerto de ano novo de Viena.
Antes do final, Adelino Mota fez os habituais agradecimentos e recordou que, para gravar este CD, a BCI fez campanhas de angariação de fundos, tendo ido, literalmente, bater às portas de empresas e particulares, para pedir apoios.
E como, quem faz se sujeita ao erro, fez questão de rectificar os lapsos na edição do CD, onde faltam os nomes do músico André Santos e de um dos patrocinadores.

Já no final, depois do brinde ao novo disco no foyer, o maestro referiu aos jornalistas que esta actuação “foi mais um sucesso” e que espera tocar na cidade mais quatro vezes este ano, sendo uma delas a nova participação na Feira dos Frutos com um convidado musical que não revelou. “O concerto do ano passado com o FF foi um espectáculo e toda a gente gostou muito e não queremos baixar a fasquia, estamos a trabalhar para isso”, afirmou. Em breve, o maestro irá também à Antena 2 falar sobre o novo CD.
Maria do Carmo Tavares, que vive nas Caldas desde que se reformou, veio com o marido ao concerto. “Venho sempre! Primeiro porque gosto muito de música e a minha vida toda fui a muitos concertos em Lisboa, onde vivia. Sou uma amante de música e sempre que posso venho aos concertos no CCC”, contou.
Esta caldense gostou tanto do concerto que decidiu ir comprar o CD, até para dar o seu apoio à BCI, que elogiou. “É fabulosa, os músicos são extraordinários e é de enaltecer o trabalho fantástico que esta banda faz”, afirmou, enaltecendo ainda que existem muitos jovens nesta e noutras filarmónicas da região.































