Bailia homenageou Zeca com êxito

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Espaço esteve lotado para conhecer novo projeto de músicos locais

Novo grupo interpretou temas de Zeca Afonso com novas roupagens. Público gostou e pediu mais

Não cabia mais ninguém no auditório da Expoeste no serão quente de 23 de junho. Foram muitos os que quiseram assistir à estreia do grupo Bailia que ficará para memória futura.
E isto porque o grupo – constituído por Marta Taveira (voz, To Zé Xavier (flautas e percussão), João Faria (guitarras), Luís Freitas (baixo) e José Carlos Faria (guitarras, bandolim e voz) – surpreendeu tudo e todos ao estrear-se com “Zeca Afonso e os Poetas”. Foram interpretados temas que Zeca Afonso musicou a partir de poemas de autores como Luís de Camões, Jorge de Sena, Reinaldo Ferreira e Fernando Pessoa. Em cada um dos temas, uma surpresa. Juntaram-se instrumentos de percussão menos comuns ou cada músico contribuiu com um solo em diversos tons musicais, trazendo inovação e frescura a temas que parte da plateia sabe de cor.
Este foi mais um evento de celebração dos 40 anos da Festa da Amizade e que é promovido pelo núcleo da Associação José Afonso das Caldas da Rainha. Segundo Élia Mendonça esta atuação foi feita sem apoios institucionais mas “ao fim de 48 horas tínhamos as pulseiras todas vendidas!”, referindo-se assim ao facto de em dois dias ter esgotado por completo o auditório da Expoeste. No final os aplausos foram mais que muitos, com ovações do público de pé, ofertas de flores aos músicos e pedidos de autógrafos. Os Bailia vão atuar na Associação Imaginário em Évora e esperam poder continuar a apresentar este repertório renovado de homenagem àquele cantor com tantas ligações às Caldas. Para o intérprete, a música do Zeca “é tão genialmente rica que permite tratamentos musicais diversos. Podemos juntar outras roupagens em tons de jazz, de rock, sem as descaracterizar”. Aliás, para o músico, Zeca Afonso sempre se sentiu fascinado pelos ritmos populares e africanos e o seu cruzamento. Na música do cantor de intervenção “há essa abertura às músicas do mundo” e segundo José Carlos Faria, “nós também quisémos fazê-lo um pouco à nossa maneira”, num repertório específico que Zeca Afonso criou e que teve por base poetas e poemas de diferentes épocas. Houve ainda alguns momentos de interpretação dramática deste músico e da vocalista, ambos do Teatro da Rainha. ■

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