A caldense Margarida Belo Costa tem 23 anos e é bailarina e criadora. Hoje, 10 de Abril, às 21h30, (e amanhã, dia 11 pelas 19h00), vai apresentar um espectáculo ao CCB pois foi uma das quatro autoras seleccionadas da plataforma Box Nova do CCB, uma das mais conceituadas na área da dança contemporânea. Esta foi a razão para uma entrevista à Gazeta das Caldas que quis saber um pouco mais sobre esta criadora que, no próximo mês de Junho, vai à Roménia dançar “Swan Lake” de Daniel Cardoso.
“Dançar é a arte de comunicar pelo corpo os sentimentos intrínsecos”
GAZETA DAS CALDAS – Como surgiu o gosto pela dança?
MARGARIDA COSTA – Desde criança que assisto a muitos espectáculos não só de dança, como teatro, música e performance. É algo que tenho a agradecer à minha família. O meu percurso na dança foi paralelo à actividade escolar. Ainda nem tinha quatro anos quando me estreei (graças à minha mãe) no Atelier da Dança. Sou diplomada pela Royal Academy of Dance e sempre frequentei workshops de dança nacionais e internacionais. Em 2004 ingressei como bailarina no Grupo Experimental de Dança da Escola Vocacional de Danças das Caldas da Rainha onde tive a oportunidade de dançar várias peças.
GC: O que sentiu quando soube que era uma das seleccionadas do projecto Box Nova do CCB?
MC: Foi uma das oportunidades que procurei. É uma plataforma de dança onde jovens criadores apresentam as suas peças. Eu concorri tendo em conta que é uma das plataformas mais conceituadas em Portugal, por isso não estava ansiosa porque o “não” é sempre garantido. Quando recebi o e-mail a confirmar a minha participação, fiquei surpresa e muito feliz!
GC – Como vai ser a coreografia que vai apresentar no espectáculo? Onde se inspirou?
MC – Inspirei-me na simplicidade da vida quotidiana da sociedade actual. “Displaced episodes” é uma peça que reúne simples acontecimentos quotidianos, onde os intérpretes são personagens de quadros verídicos, transportando para o espaço cénico o panorama original levado ao extremo e para além da realidade.
É uma peça de dança contemporânea com cinco bailarinos que dançam ao som de vários artistas internacionais e que apresentam uma homogeneidade entre movimento contínuo e ligado com acções repentinas, que cortam o ambiente e a atenção do público.
GC – Gostaria de apresentar este novo espectáculo nas Caldas ou noutras localidade?
MC – Sim, este projecto é para circular pelo país e se possível “lá fora”! Depois da estreia vou contactar com vários festivais e teatros para poder apresentar a peça.
Depois vou enviar a minha proposta para o CCC pois seria um prazer regressar a “casa” depois de alguns anos fora. Um dos sítios onde penso levar a peça é Leiria, pois o Luís e Bruno, dois dos meus intérpretes são naturais de lá.
GC – O que é a dança para si?
MC – Dançar está nos genes de todos, nem que seja um abanar da cabeça a ouvir o rádio! A dança consegue levar-nos a expelir os nossos estados de espírito e a abstrair de inúmeras coisas…
Para mim, dançar é a arte de comunicar pelo corpo os sentimentos intrínsecos e saber “falar” exactamente aquilo que se ambiciona para o público entender a nossa “linguagem”.
GC -O que gostaria de fazer no futuro?
MC – Quero avançar com novos projectos e parcerias, fazendo co-produções com outras áreas como o teatro e as artes plásticas.
GC -Quer trabalhar em Portugal ou está nos seus planos trabalhar lá fora?
MC – Neste momento pretendo ficar por Lisboa, saindo apenas para fazer digressões internacionais com os meus projectos e como bailarina convidada. Em Junho irei para a Roménia com o Quórum Ballet dançar a peça “Swan Lake” de Daniel Cardoso. Como freelancer vou estar atenta a audições internacionais.






























