Autor obidense participou no Rio Capital Mundial do Livro 2025

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O escritor obidense (o terceiro a contar da esquerda) junto dos outros convidados de uma mesa redonda na Bienal do Rio de Janeiro

Os livros e a literatura levaram Paulo Santos ao Brasil e à China nos últimos meses. No prelo há novos livros para crianças, e um deles sobre como voar

Autor e curador, Paulo Santos foi um dos convidados para a mesa redonda “O papel dos festivais literários no espaço e cultura de uma cidade”, onde debateu o tema com a editora Camila Perlingeiro e o autor e promotor vindo das favelas do Rio de Janeiro, Júlio Ludemir.

O encontro, que decorreu na Bienal do Rio de Janeiro (no âmbito da Capital Mundial do Livro), em finais de junho, evidenciou as vantagens da realização dos festivais literários como fatores de desenvolvimento cultural, social e económico de uma cidade. A sua importância para as editoras mais pequenas e para os autores que têm dificuldade em entrar no espaço editorial mais consagrado foi destacado por Camila Perlingeiro, enquanto que Júlio Ludemir apresentou o caso do principal festival literário que acontece em favelas do Rio de Janeiro, a Festa Literária das Periferias (FLUP). “A FLUP tem levado a literatura e a cultura para territórios periféricos, promovendo encontros entre autores e leitores, além de valorizar a produção cultural local”, explica Paulo Santos sobre o premiado festival que já passou por diversas favelas, como Morro dos Prazeres, Maré, Mangueira e Cidade de Deus. O autor obidense apresentou os festivais FOLIO e Latitudes, destacando a sua importância como “componente essencial na Educação e no desenvolvimento de novos vetores turísticos, como seja o caso do turismo literário, para além do encontro entre autores, leitores e editores que fazem de Óbidos um lugar literário muito especial”.

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Já na mesa “Rios de Palavra: por uma cartografia afetiva da Língua Portuguesa” foram debatidos os diversos “rios e afluentes” da língua portuguesa que transportam a cultura dos povos. Entre outros, discutiram Camões, Fernando Pessoa, Guimarães Rosa, Jorge Amado, Lídia Jorge (claro!), músicos como Caetano Veloso, Chico Buarque ou Zeca Afonso e figuras académicas que através dos seus trabalhos têm permitido revelar a riqueza da língua portuguesa, recordou o escritor à Gazeta das Caldas.

Ainda no Rio de Janeiro, Paulo Santos, que escreve sob o pseudónimo de Alexandre de Sousa, apresentou “A Nossa Casa”, um livro ilustrado e poético que celebra a comunidade, a empatia, o amor, a amizade e os laços invisíveis que transformam as pessoas numa casa, um lar. Narrado a partir da perspetiva de uma criança, a história revela “suavemente como as pessoas, as histórias e as emoções formam uma verdadeira casa”.

Escolhido entre 100 escritores
Quando, em maio, Paulo Santos se candidatou a uma residência literária patrocinada pela cidade chinesa de Nanjing, também ela cidade criativa literária da UNESCO, estava longe de saber a experiência que viria a vivenciar. Um dos seis selecionados em 100 escritores, esteve em Nanjing entre 20 e 31 de julho. Com ele estiveram um escritor argentino, um letão, uma paquistanesa, um venezuelano residente na Alemanha e uma inglesa.

“Foram 10 dias surpreendentes e inesquecíveis. Nanjing é uma cidade encantadora, repleta de história, cultura, cores, aromas e sabores desconhecidos, com uma extraordinária capacidade de misturar um inestimável património milenar com uma arquitetura moderna e impressionante”, relata. Ao longo da residência teve oportunidade de fazer diversas visitas culturais e participar em encontros com autores, tradutores, editores e comunidades locais. “Foi, seguramente, uma oportunidade única para criar laços literários e de amizade. Uma viagem inspiradora que abre novos horizontes”, resume.

De regresso a casa, Paulo Santos tem já novos livros para editar. Um é dirigido ao público infantil e deverá sair ainda este ano ou no início do próximo ano, e um outro sobre como voar. “Se tudo correr como previsto, alguns livros já editados em língua portuguesa serão traduzidos em breve”, concretiza.

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