Associação de Artesãos inaugurou sede na Columbófila

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A nova sede da Associação de Artesãos das Caldas da Rainha foi inaugurada a 6 de Abril na Rua Henrique Sales, no edifício da Columbófila e vai servir para reuniões e workshops abertos à população. A associação é liderada pelo ceramista Pedro Braz e possui 43 associados. Esta entidade quer continuar a mostrar o trabalho de artesanato e de artes decorativas dos seus membros e a estabelecer parcerias com entidades locais, regionais e nacionais.

O novo espaço dos artesãos fica no primeiro andar da Columbófila

“Hoje é um dia muito feliz para a Associação. É de verdadeira conquista!”, disse o presidente da direcção, Pedro Braz (ver caixa), que está a cumprir o seu terceiro mandato anual à frente dos destinos da entidade, fundada em 1982.
A nova sede, um espaço de cerca de 140 metros quadrados, fica no primeiro andar do edifício da Columbófila. A renda, de 450 euros, é assegurada pela Câmara Municipal.
A associação já ocupa o espaço há seis meses e os membros estiveram a trabalhar na recuperação e pintura do local. Além das reuniões e dos workshops, querem também aproveitar a cozinha para realizar showcookings.
Para o presidente da Câmara, Tinta Ferreira, a autarquia, ao custear a renda da sede, “contribui para o bom funcionamento da associação”. O autarca recordou a candidatura das Caldas da Rainha a Cidade Criativa da Unesco e por isso precisa de ter quem se dedique às artes e ao artesanato.

Do Parque à Columbófila

Numa primeira fase, a associação esteve nos Pavilhões do Parque e posteriormente marcou presença num quiosque na antiga Praça do Peixe. Antes da eleição de Pedro Braz, a associação estava a viver uma fase menos positiva, marcando presença em feiras nacionais de forma irregular e tendo chegado a ter apenas seis associados. “Era basicamente uma família de interesses”, disse Pedro Braz, que, assim que entrou em funções directivas, foi às Finanças legalizar a própria associação.
No primeiro ano da sua direcção foram criados os mercados Cria que servem para mostrar os trabalhos, não só dos artesãos como também de quem se dedica às artes decorativas. No primeiro ano “mostrámos o que fazíamos à cidade”, disse o presidente, que logo no segundo ano regressou com uma presença forte à Feira Internacional do Artesanato (FIA), tendo ainda realizado uma parceria com a Associação de Bordados das Caldas.
Neste terceiro ano e, de casa arrumada e contas em dia, a Associação de Artesãos pretende apostar forte nas parcerias. A primeira vai decorrer no Parque, no encontro nacional dos contabilistas certificados.
Pedro Braz vai também pedir à União de Freguesias de Nª Sra. Pópulo para usar a Casa dos Barcos para quem precisa de um sítio para expor.
O presidente gostaria também de realizar eventos em parceria com o centro comercial La Vie. Este ano os Artesãos das Caldas vão marcar presença na FIA, em Vila do Conde, além dos eventos na cidade.
Entre os seus 43 associados, encontram-se artesãos das Caldas, Óbidos, Nazaré e até da Moldávia e do Brasil.
Zélia Cordeiro mora nas Caldas há seis anos. A associada dedica-se aos têxteis e a decorar telhas. Esta professora de artesanato, veio de Lisboa e trabalhou vários anos em vitrais. Actualmente gosta de ocupar o seu tempo nas actividades desta associação.
Margarida Antunes é outra das associadas e dedica-se à cerâmica há 22 anos. Faz miniaturas e diz que, além de ser uma terapia, esta sua ocupação acaba por lhe dar “uma ajuda financeira ao fim do mês”. Afirma que a direcção de Pedro Braz “é uma lufada de ar fresco pois mudou tudo para melhor”. A ceramista dedica-se à cerâmica tradicional e faz Santo Antónios, presépios e últimas ceias.

Das Caldas para todo o país

Pedro Braz dedica-se à cerâmica há 40 anos
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Pedro Braz dedica-se à cerâmica há 40 anos. Tem 57 anos e começou aos 16 a trabalhar no barro. Os seus pais trabalhavam nas Faianças Belo e levavam-no ainda miúdo para experimentar o barro naquela fábrica caldense. Mais tarde foi trabalhar com Alberto Miguel. Posteriormente passou pela Secla, Subtil e ainda em pequenas fábricas na Amoreira (Óbidos), Fátima e Rio Maior, nalgumas delas com cargos de chefia ligados à pintura.
Pedro Braz manteve-se sempre ligado a este sector, exceptuando oito anos em que trabalhou no CHO como auxiliar de acção médica. Deixou este emprego em 2014 e instalou-se por conta própria numa loja onde vendia a sua cerâmica junto ao Chafariz das Cinco Bicas.
Actualmente possui loja em frente ao parque D. Carlos I (no local onde antes funcionou a loja da Bordallo Pinheiro). As suas peças feitas nas Caldas são hoje vendidas em lojas de várias localidades, desde Lisboa ao Porto, Coimbra Tomar, Santarém, Leiria e Vila do Conde.

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