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A Assembleia da República deliberou, por unanimidade, instituir o dia 20 de Outubro como o Dia Nacional das Linhas de Torres. De acordo com o projecto lei, apresentado pelo CDS-PP, PSD e PS, esta data propõe ser uma “justa homenagem à memória e resistência do povo português aliada à estratégia e engenharia militar”.
As Linhas de Torres constituem um conjunto de fortificações das guerras napoleónicas, tendo sido aí que decorreram as principais manobras militares, com o confronto das tropas em Sobral de Monte Agraço, Arruda dos Vinhos e Vila Franca de Xira. São também uma referência histórica para a estratégia e arquitectura militares da Europa, pela sua singularidade.
A escolha do dia 20 de Outubro deve-se ao simbolismo da data, pois foi nesse dia, em 1809, que a estratégia defensiva das Linhas de Torres começou a ser desenhada no terreno. Essa é a data do “memorando que o Lord Wellington dirigiu a Richard Fletcher ordenando o reconhecimento do terreno e a fortificação dos pontos mais convenientes e defensáveis, criando um sistema de defesa a norte de Lisboa, que viria a ser conhecido por Linhas de Torres Vedras”, refere o projecto lei.
O documento especifica ainda que tratam-se de três linhas com um total de 152 redutos, 600 peças de artilharia e um sistema de comunicações com dez postos de sinais, defendido por cerca de 140 mil soldados portugueses, britânicos e espanhóis, bem como tropas portuguesas não regulares, estendidos ao longo de mais de 88 quilómetros.
O documento refere ainda que este foi o maior sistema de defesa efectiva na História, construído ente 1809 e 1812, sob a direcção do tenente-coronel britânico Richard Fletcher, assistido pelo capitão John Jones, por outros 11 oficiais dos Royal Engineers, dois da Legião Alemã e três do Exército Português.
F.F.
