Duzentos convivas juntaram-se a Isabel Castanheira, no sábado, 6 de Dezembro, no CCC, para vivenciar uma tarde de afectos. A sessão de apresentação do novo livro de autora “As Caldas de Bordalo” teve vários momentos altos, entre eles a oferta de uma caricatura da própria livreira por um autor contemporâneo, Bruno Prates.
O seu livro, que guarda crónicas que Isabel Castanheira publicou ao longo de quase uma década nas páginas da Gazeta das Caldas, está à venda nas instalações do nosso jornal e custa 40 euros (assinantes) e 45 euros para o público em geral.
As portas do grande auditório abriram-se para homenagear Isabel Castanheira. Ao todo, juntaram-se duas centenas de pessoas para participar nesta cerimónia que teve início ainda no foyer. Gente de todas as idades cumprimenta-se e aproveita para pôr a conversa em dia. Muitos afluem a uma banca para adquirir “As Caldas de Bordalo” pois querem que a mesma seja autografada pelos autores – Isabel Castanheira, que a escreveu e Miguel Macedo, que a paginou de forma muito criativa.
Todos querem dar uma palavra à homenageada. Ali estão os familiares, além as ex-funcionárias da 107 e em pequenos grupos estão os amigos de sempre e os companheiros de jornada. Há comerciantes, autores, artistas, professores, investigadores e gente dos jornais locais com quem a homenageada partilha aventuras há várias décadas.
Circulam entre os grupos de convivas alunos do curso profissional de Turismo da Escola Secundária Bordalo Pinheiro que servem algumas especialidades alimentares com produtos do Pachá e da Mercearia Pena, que também se associaram à festa.
De repente, pede-se silêncio porque se ia ouvir música antiga (dos séculos XII ao XV) apresentada pelo grupo Jogralesca que dá um mini-concerto no foyer.
O momento seguinte da tarde cultural foi também musical, mas já no palco do grande auditório, para onde se deslocou o vasto grupo de convivas. Agora foi a vez do Coral das Caldas da Rainha. Tal como a Jogralesca, é liderado por Joaquim António Silva que no final da actuação, muito aplaudida pelos presentes, afirmou ao público presente que esta era também “uma singela homenagem dos grupos à Isabel Castanheira”.
E já se antevia que seria uma tarde de emoções. A homenageada ia recebendo as palavras carinhosas de todos quantos participaram e tornaram possível esta sessão de homenagem.
A apresentação da obra esteve a cargo de Carlos Querido, autor que quis retribuir tudo o que Isabel Castanheira fez por ele enquanto autor das várias obras de história local. “Obrigado por ter estado ao lado do meu filho quando lançou o seu primeiro livro, obrigado por ter estado sempre a meu lado, no Salir d’Outrora, no Praça da Fruta e na Redenção das Águas e antecipadamente grato pela sua presença, no próximo ano em mais uma aventura literária. Já sabe que nessas coisas não consigo passar sem a sua presença. Um velho hábito dos tempos da Loja 107”, disse.
Acerca da obra, classificou-a como o “livro da vida da Isabel”, do qual “todos nós vimos fragmentos (bocados, pedaços) deste livro na Loja 107: nos Bordalos em todas as formas e feitios, em todas as representações possíveis; nos gatos, nos zés-povinho, nas caricaturas, nos quadros desse criador inesgotável!”.
Carlos Querido referiu também que estas “Caldas de Bordalo” são uma obra “feito à imagem e semelhança da sua autora: de vivência, de paixão, de identificação e de afectos”.
Vício do Bordalo também o contagiou
Miguel Macedo deu a conhecer vários pormenores relacionados com o grafismo desta obra e contou que o “vício do Bordalo” também o contagiou.
Palavras calorosas vieram também do editor, João Paulo Cotrim, que não quis ser modesto e afirmou que esta é uma obra “muito bonita” que terá um lugar de destaque na bibliografia bordaliana e caldense.
Isabel Castanheira, visivelmente emocionada com tudo o que se foi passando na cerimónia, deu a conhecer como começou a paixão por Bordalo e como esta se entrecruza com a profissão que escolheu quando veio morar para as Caldas nos anos 70 do século passado.
A Carlos Querido, João Paulo Cotrim, Miguel Macedo designou por cúmplices nesta aventura, sem deixar de referir a Gazeta das Caldas por ter acolhido as suas aventuras bordalianas nas Caldas. E fez questão ainda de destacar Carlos Constantino, o autor do busto exposto e do modelo que foi apresentado simultaneamente com a sua obra.
Um dos sonhos da livreira é realizar uma exposição com as obras deste ceramista. “A caricatura e a cerâmica só têm a perder se não o fizermos”, acrescentou. A homenageada ainda chamou a atenção para o facto deste ano se assinalarem os 130 anos da criação da Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha e por isso considera que este sua obra é também “uma homenagem a Rafael Bordalo Pinheiro, no aniversário da data em que ele se transformou em oleiro e também em cidadão caldense”.
No próximo ano, em 2015, perfazem-se também 110 anos sobre a data da morte de Bordalo Pinheiro, data que Isabel Castanheira entende que não deve deixar de se assinalar.
Peças bordalianas gigantes na rua
Tinta Ferreira deixou palavras de apreço para a livreira, dando nota que será para o ano que a Rota Bordaliana terá continuação com a colocação das peças gigantes em várias zonas da cidade. Muitas estão já concluídas, segundo o autarca, e algumas terão de ser colocadas em redomas transparentes para evitar a sua vandalização.
Seguiu-se mais um momento alto da sessão: subiu ao palco o cartoonista Bruno Prates com mais palavras de reconhecimento, agradecimento e apreço pela homenageada, a quem ofereceu uma caricatura da própria livreira.
Após a sessão, uma extensa fila de participantes na sessão aguardou pacientemente no foyer a sua vez para que Isabel Castanheira e Miguel Macedo assinassem estas “Caldas de Bordalo”, uma obras de 300 páginas, com mais de 300 imagens onde contam 89 Passos e 10 Paragens de Bordalo Pinheiro nas Caldas da Rainha, guiados por Isabel Castanheira.
Natacha Narciso
nnarciso@gazetadascaldas.pt






























