
O centro comercial Vivaci acolheu durante três sábados de Janeiro, a Feira de Artesanato Urbano. Em média cerca de dez autores da região tiveram a oportunidade de dar a conhecer os seus trabalhos numa iniciativa que todos gostariam de repetir, mesmo que as vendas deixem um pouco a desejar. Importante é que este seja um ponto de encontro, onde os autores podem dar a conhecer o seu artesanato.
O piso zero do centro comercial Vivai ganhou nova vida nos sábados do primeiro mês do ano. Vários artesãos e autores trouxeram as suas bancas e aproveitaram a oportunidade para dar a conhecer os seus trabalhos àqueles que visitavam o shopping.
Presentes estiveram artesãos com nome já firmado a jovens que dão agora os primeiros passos nos seus percursos. Na iniciativa marcaram presença trabalhos de bijutaria, de tecidos, madeira, esculturas variadas e muita cerâmica contemporânea, não só de alunos da ESAD, mas também de formandos do Cencal.
Tânia Basílio, 31 anos, faz bijutaria e macramé e foi uma das participantes desta edição. “Aposto na inovação e na renovação de outra bijutaria que já exista”, disse a autora, que apanha conchas nas praias de Peniche para as usar no seu trabalho artesanal.
A jovem é bióloga vive no concelho das Caldas e considera que estes eventos “são muito bons pela oportunidade de apresentar aqui o nosso trabalho”.
Laura Ferreira é do Bombarral e trouxe vários trabalhos que faz em pirogravura, gravação em vidro, em papel e em madeira.
Há dez anos que a autora se dedica a vários tipos de artesanato e se a feira regressar ao Vivaci, quer voltar a participar pois “vale sempre a pena embora o artesanato não seja tão reconhecido como deveria”, disse.
Jéssia Vieira veio da Marinha Grande e trouxe “caça-sonhos”, peças que aprendeu a fazer no Brasil. Estas peças, criadas originalmente por nativos norte-americanos, “absorvem as energias negativas que são expulsas com os primeiros raios de sol”, contou a autora que faz trabalhos personalizados. Jéssia Vieira encara o artesanato étnico como um hobbie e cada peça que faz é original e única.
Hugo Reis, 24 anos, participou neste evento com os seus trabalhos em cerâmica. Formou-se em Artes Plásticas na ESAD e frequentou o curso de cerâmica criativa no Cencal. “Estas são todas peças que fiz durante a formação”, disse o jovem, que está a adorar o trabalho em cerâmica. Trouxe peças de barro vermelho, de olaria, esculturas raku e outras feitas em lastra com grês.
“Gostava de poder continuar a trabalhar com a cerâmica e um dia até criar o meu próprio atelier”, disse. Hugo Reis é de Lisboa, mas já vive nas Caldas há cinco anos. Participar neste evento foi “óptimo para divulgar o meu trabalho, ganhar experiência e contactar directamente com o público”, disse.
“Temos a oportunidade de dar a conhecer o que fazemos”
Carla Soares, 35 anos, vive em S. Martinho do Porto, onde tem o seu atelier loja Cer-amarte. Diz que estes eventos “são óptimos para atrair gente ao shopping” e referiu que este o último sábado do mês estava a ser o seu melhor dia. Apesar das vendas ficarem um pouco aquém, a participante acha que valeu a pena pois possibilitou a divulgação das suas peças.
A autora, que frequentou o curso de Cerâmica Criativa no Cencal, considera que actualmente se vive na região “um bom momento na cerâmica criativa” pois há gente nova a querer começar carreira nesta área e são já várias as pessoas que fazem da sua arte o seu próprio negócio. Carla Soares dá resposta a algumas encomendas, sobretudo, de estrangeiros.
As pequenas peças de cerâmica que produz ”são as que dão para nós vivermos, para podermos pagar as contas”. As maiores são “onde damos largas à nossa imaginação”, disse. Na sua banca havia peixes e gatos com bigodes de arame e, segundo Carla Soares, seguem-se escultura em grés.
Hugo Graça e Rute Félix são também jovens ceramistas que têm a sua própria produção. Vivem nas Caldas e acharam que esta feira foi uma boa iniciativa. “Seria bom que se repetisse de modo a criar-se o hábito”, disseram os dois autores.
Dina Costa é das Caldas e dedica-se ao artesanato e à bijutaria de autor. Trabalha com alumínios, sementes, artesanato infantil além de fazer trabalhos em tecidos, feltros e plásticos.
“Propus ao Vivaci a realização desta feira de artesanato urbano que creio que é uma mais-valia para nós pois mostramos o que fazemos e acho que é também bom para o próprio centro comercial pois atrai pessoas”.
Na sua opinião, era importante voltar a realizar este evento pois apesar das vendas não serem as desejadas por causa da crise, “o evento permite dar grande visibilidade aos trabalhos e ainda um contacto directo com muito público”, rematou.






























