Art Sullivan: o ícone musical dos anos 70 abriu as tasquinhas e atraiu multidão

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2008
Uma multidão no concerto que abriu as tasquinhas deste ano

Milhares de pessoas marcaram presença na abertura da Festa de Verão da Expotur deste ano. O ícone musical francófono dos anos 70 trouxe os seus clássicos, que foram entoados por um público revivalista. A primeira fila era composta maioritariamente por mulheres, que recordaram e cantaram, por exemplo, “Donne Donne moi”, mas especialmente o tema mais famoso “Petite Demoiselle”.

 

Texto e fotos: Isaque Vicente
ivicente@gazetadascaldas.pt

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“A carinha dele está na mesma, ainda tem aqueles olhos azuis bonitos”, dizia uma das fãs, suspirando entre canções de Art Sullivan, na primeira fila do concerto que abriu as tasquinhas deste ano na Expoeste, na sexta-feira, 2 de Agosto.
Com 68 anos, o artista subiu a palco, bem disposto, e deu um concerto com interacção – sempre em francês -, incluindo um momento em que desceu para junto dos fãs e cumprimentou toda a primeira fila com beijinhos e abraços.
O momento alto da noite foi mesmo o “Petite Demoiselle”, o hit mais famoso do artista, que foi entoado pela multidão. No final, o encore foi a repetição desse sucesso musical, antes de uma grande salva de palmas.
O público era maioritariamente de uma faixa etária acima dos 50 anos, muitos a recordarem algumas das canções que marcaram a sua adolescência. Na primeira fila, composta quase na totalidade por mulheres, fãs do cantor, havia quem mostrasse discos antigos, cartazes e t-shirts com a imagem do rosto do então jovem cantor.
A jovem de 63 anos Matilde Ferreira foi uma das fãs que fez questão de ir mais cedo para guardar lugar na primeira fila. Levava um disco antigo para ser autografado. “Vim de propósito para voltar a vê-lo, porque quando fui emigrante, durante 15 anos em França, fui vê-lo num concerto em 1982 e dei-lhe um beijinho e tudo”, contou a obidense, revelando ter gostado muito da actuação nas Caldas, ainda que esperasse ver um Art Sullivan “mais em forma, porque ele transmitia muita vida”.
Esta antiga emigrante já regressou a Portugal há vários anos, mas ainda percebe bem a língua. “O que ele diz toca-me, emociona-me”, contou, ainda de lágrima no canto do olho. “Vivi a idade mais bonita da minha vida, que foi a mocidade, a ouvir estas músicas”, fez notar.
Matilde Ferreira vem todos os anos às tasquinhas. Antes do concerto foi jantar com os filhos na tasca d’Os Azeitoneiros de Alvorninha. “Comi bacalhau com migas e estava muito bom! Esta é uma festa que me diz muito”.
No final do concerto – cuja primeira parte esteve a cargo de Zé Praia -, o presidente da Câmara, Tinta Ferreira, ofereceu ao artista uma edição da “La vie en rose”, um guia turístico dedicado às Caldas e confidenciou que aos 13 anos, quando o pai lhe ofereceu um gira-discos, o primeiro single que comprou foi… “Petite Demoiselle”.

 

Este ano as tasquinhas trazem uma novidade: é que no átrio da Expoeste estão montados oito bares, criando uma zona especial para estas bancas, com animação com DJ até às 2h30.
A associação de Laranjeira e Vale Serrão, Os Amigos do Bairro Azul, Os 17 das Caldas, o Núcleo de Amigos do Vidais, o Grupo Motard São Rafael, Os Boémios, o Núcleo do Sporting das Caldas e a empresa Maravilhas da Rute Sophia são os bares que estão na entrada.
Tinta Ferreira disse que esta é uma experiência feita este ano e elogiou a decoração das tasquinhas.
Junto à porta lateral, na rua, estão os carrosséis e as guloseimas, com os crepes, as pipocas, algodão doce, gomas, farturas, churros, gelados.
No interior da Expoeste existem 21 tasquinhas de comida e 117 expositores da actividade sócio-cultural e económica desta região.
O evento decorre até domingo, com os Canta Brasil a actuarem hoje, os The Happy Mess amanhã e a Orquestra Ligeira do Monte Olivett no encerramento.

 

Tasquinhas são eco-evento

Outra novidade da edição deste ano da Festa de Verão da Expotur é que recebeu o selo de Eco-Evento da Valorsul, pelo que haverá um maior esforço em termos de reciclagem, sendo possível, no final, medir as quantidades recicladas. “É um conceito no qual queremos investir”, disse o director da Expoeste, António Marques, à Gazeta das Caldas.
Esta distinção promove a redução do impacto ambiental do evento e a gestão adequada dos resíduos, podendo nalguns casos dar acesso a contrapartidas financeiras pagas pela Valorsul.
Além disso, a energia é produzida no local, recorrendo aos 600 painéis solares quádruplos que estão instalados no telhado e que produzem anualmente cerca de 50 mil euros de energia (a preços correntes).

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