Pedro Jorge foi o vencedor da 6ª edição do prémio que destaca o património histórico desta região do país.
Foi com o trabalho “A casa rural no Concelho de Alcobaça em 1961. Da teorização erudita à prática popular” que Pedro Jorge foi o vencedor da 6ª edição do Prémio Villa Portela, uma distinção bienal que incentiva a investigação, e promove o conhecimento sobre o património do distrito de Leiria e concelho de Ourém.
Com esta distinção, o arquiteto, natural da Benedita ganhou 2 mil euros. À Gazeta das Caldas explicou que este trabalho resultou do seu mestrado em Intervenção em Património, realizado em 2006. Nele, o autor refletiu sobre a casa popular de Alcobaça, uma construção típica “com uma porta, uma janela de cada lado e um telhado de duas águas”. Na organização interna deste tipo de habitação notou algumas variações ao modelo mais frequente, organizado por um corredor e com salas simétricas.
“Não consegui descobrir a origem deste tipo de construção”, contou o arquiteto, acrescentando que, em estudos prévios sobre a arquitetura popular em Portugal, havia um outro modelo de casa típica, com um pequeno alpendre e que, a dado momento, “foi substituída por esta”, disse o beneditense, que considera que estas alterações são momentos da própria história e que, no futuro, o modelo hoje considerado típico também poderá ser substituído. A casa comum tem tendência a desaparecer e não é alvo de estudo. No entanto, para Pedro Jorge também “merece ser estudada”. Para a realização do seu mestrado, o autor consultou os processos destas habitações que existiam na autarquia de Alcobaça, sendo os mais antigos de 1961.
“Estas casas comuns cresciam com as dependências agrícolas ou para o gado. Formavam uma espécie de pátio em U, com várias pequenas dependências em volta”, disse Pedro Jorge que deu continuidade ao estudo, investigando e escrevendo artigos científicos sobre o tema. No caso de haver interesse na publicação “todo o trabalho teria que ser revisto”, referiu o arquiteto, mestre e doutor em Arquitetura, e também mestre em Design de Produto e Artes Plásticas, formações que obteve na ESAD. CR. Possui gabinete de arquitetura, é docente e investigador na escola de artes caldense. Pedro Jorge, vive nas Caldas e expôs, em outubro, “Afetodomésticos” na galeria do Posto de Turismo.































