“Diálogo com Malhoa”, assim se designa a exposição do pintor António Carmo que abriu ao público a 14 de Setembro no Museu Malhoa. A mostra vai estar patente até 10 de Novembro e assinala os 50 anos de carreira daquele artista.
“Esta é uma exposição de celebração com a qual estou a correr o país”, disse António Carmo, que já apresentou estas obras de pintura a óleo em Lisboa, Viseu, Tavira e Foz Côa. Da mostra fazem parte pinturas de várias fases da sua carreira e muitas já fizeram itinerância internacional desde a Holanda até à Austrália.
António Carmo explica que a crítica o designa com um pintor “neofigurativo de feição expressionista”. É igualmente conhecido pelo seu exuberante trabalho e domínio da cor.
Nos seus quadros, os tons azuis, vermelhos e amarelos conjugam-se em harmonia para dar suporte aos mais variados temas, desde o fado às tradições portuguesas ligadas à região do Alentejo ou a temas como a sedução.
Nas Caldas, está ainda presente um núcleo onde António Carmo presta homenagem a grandes pintores da história como Renoir, Gauguin, Rubens e Leonardo Da Vinci. Noutras telas surgem também personalidades nacionais como Fernando Pessoa, Almada Negreiros e Sarah Afonso.
Segundo o autor, esta exposição homenageia Malhoa pois considera-o um mestre a trabalhar a luz. “Não interessa em que ano foi feita a pintura pois quando esta tem qualidade é intemporal”, afirmou o pintor, que frequentou a António Arroio e que realizou a sua primeira exposição em 1968. Foi nesse ano que vendeu o seu primeiro desenho à actriz Beatriz Costa.
António Carmo esteve nas Caldas, integrado no Grupo Paralelo, no pós 25 de Abril, onde se recorda que foi feita uma grande exposição. Era um grupo de pintores que, além de António Carmo, integrava outros como Hilário Teixeira Lopes, João Hogan e Jorge Vieira.
Depois do 25 de Abril de 1974, este pintor executou grandes murais nas Festas do Avante e desde então iniciou uma carreira internacional. A primeira exposição foi realizada na Galeria Solidair, em Roterdão (Holanda). Seguiram-se outros países como o Canadá, Brasil ou Austrália. É com a Bélgica que mantém uma relação regular pois expõe em galerias belgas há 22 anos.
“Além do trabalho da cor, eu procuro também transmitir poesia”, disse o autor, que gosta de ouvir as interpretações diferenciadas que os visitantes fazem em relação às suas obras.
Depois das Caldas, as pinturas de António Carmo serão apresentadas em Tomar, Ovar e Portimão. A exposição Diálogo com Malhoa vai estar patente até ao dia 10 de Novembro.































