André Lopes expõe pintura e desenho no Museu do Hospital

0
429
André Lopes é de Turquel, mas vive nas Caldas desde 2012. A mente e o corpo são material para as suas criações de arte

O corpo e a mente refletem-se nas obras de artista de Turquel, formado na ESAD.CR.

Abriu portas ao público a 5 de novembro, no Museu do Hospital e das Caldas, a segunda exposição individual do artista plástico André Ribeiro Lopes.
O autor é natural de Turquel, veio viver para as Caldas em 2012 para estudar e por cá ficou. Residiu noutras cidades, como Leiria, mas identificou-se mais com as Caldas, onde chegou a ter o seu ateliê de trabalho.
Além das artes, André Ribeiro Lopes, 29 anos, interesssa-se por desportos como kickboxing, dança e bodybuilding. E na sua opinião, estas práticas são úteis e relevantes para o ato criativo. “Comecei por estabelecer um ligação entre as práticas desportivas e a minha pintura e desenho”, contou o autor à Gazeta das Caldas.
André Lopes licenciou-se em Artes Plásticas em 2015 e prosseguiu para mestrado na mesma área em 2017. E continua a explorar questões relacionadas com o corpo nas suas pinturas, assim como lhe interessa explorar a relação que o ser humano tem com a natureza e até com o mundo.
O artista pretende, no seu trabalho, conferir à sua pintura um caráter carnal, quase físico e até a textura das telas são motivo de reflexão. O criador considera-as uma espécie de pele e, por vezes, até tira partido da frente e também do verso do suporte dos seus trabalhos artísticos.

A mente também nas telas
Além do corpo, André Lopes também se interessa pelas questões da mente e de como esta “tem poder sobre cada um de nós”. O artista também se dedica a estudar autores que refletem sobre o espírito humano, como Thurman Fleet, que defendem que os pensamentos se podem tornar realidade.
André Ribeiro Lopes passou por uma fase de esgotamento e foi desde então que passou a estudar “a mente e como esta nos pode condicionar”. A reflexão sobre o tema ajudou-o a superar uma fase menos positiva da sua vida, dominada pela ansiedade.
O turquelense considera que cada um de nós “tem que lutar pelo que quer e não deve deixar que as circunstâncias condicionem o que desejamos alcançar”, resumiu o artista, que já expôs no CCC, na Casa Antero e em eventos coletivos como a MAGA e o Caldas Late Night. Também já fez parte de exposições que se realizaram em Lisboa, Fátima e ainda em Vila Nova de Cerveira.

- publicidade -

Apoio para espaços de trabalho
André Lopes diz que não é fácil para os artistas poder suportar os custos de ter espaços de ateliê abertos por sua conta.
“Durante um ano gastei cerca de 4 mil euros, em arrendamentos e materiais e obtive muito pouco retorno…”, lamenta.
Na opinião deste artista, a Câmara das Caldas poderia ter uma política de apoio a quem deseja ficar na cidade. “Poderia ser criada uma praça das artes, com rendas de espaços mais acessíveis para os autores”, disse André Lopes, sugerindo que fossem recuperados espaços e edíficio abandonados na cidade, que poderiam ser recuperados para acolher oficinas para os autores. Caso contrário “é muito difícil para quem inicia carreira poder permanecer por cá”.
Quando viveu em Leiria, sentiu que a cidade tinha grande afinidade com a música, “mas não tanto com as artes plásticas”. Nesta última área, Caldas da Rainha é mais forte pois um pouco por todo lado, “respira-se” artes. O criador, natural do concelho de Alcobaça, diz que há sinais de atividade artística por toda a cidade, muito motivadas por quem faz parte da comunidade da ESAD.CR e que dá pulsar criativo à cidade termal.
A exposição de André Lopes está no Museu do Hospital e das Caldas, próximo da Igreja do Pópulo, até ao fim do mês de dezembro.

- publicidade -