A fadista Ana Moura encantou perto de um milhar de espectadores que, na noite do dia 30 de Maio, estiveram na inauguração do Jardim do Amor, em Alcobaça. A cantora dedicou o fado Maldição à história de Pedro e Inês e coube-lhe ainda deixar a primeira mensagem nos cofres onde ficarão as juras de amor dos casais apaixonados.
O Jardim do Amor, em Alcobaça, foi inaugurado na noite do dia 30 de Maio com um concerto da fadista Ana Moura. Trata-se de um
“primeiro sinal do orgulho na detenção da maior história de amor de todos os tempos, que foi o amor entre Pedro e Inês”, conforme explicou Paulo Inácio, presidente da autarquia local.
Ana Moura trouxe Desfado à cidade de Cister, mas também músicas de álbuns anteriores e até um ou outro fado tradicional, que fizeram as delícias da plateia.
O momento alto da noite foi a música homónima do álbum, que foi cantada pelos cerca de mil espectadores, numa noite que fica marcada pela voz da artista, mas também pela sua energia contagiante, que conseguiu colocar a plateia a cantar, a bater palmas e até a interagir com a banda.
A artista destacou o “sítio belíssimo” que é o jardim, afirmando ainda que era “um privilégio estar neste evento neste sítio carregado de história e magia”. E até dedicou o fado Maldição (escrito para Amália Rodrigues) à história de Pedro e Inês. Uma noite memorável na inauguração do Jardim do Amor.
“Animou e puxou muito pelo público e pelos músicos”
Rogério Lima veio do Paraná (Brasil) visitar a sua cara-metade, Gisele Stasiak, que estuda em Coimbra. Ao saberem deste espectáculo decidiram vir conhecer a cidade e apreciar o concerto e a inauguração do jardim. A iniciativa mereceu os elogios do casal brasileiro, que aproveitou para deixar a sua mensagem num dos cofres.
Outro casal que não quis faltar a esta noite de amores foi o par Margarida Catarino e Nélson Seabra, que vieram da Benedita e que nunca tinham visto a artista ao vivo.
“Talvez ela não estivesse nas melhores condições vocais, mas gostámos muito”, exclamou Nélson Cruz. O rio-maiorense afirmou que Ana Moura “animou e puxou bastante pelo público e pelos músicos, que também estiveram muito bem”.
Já Margarida Catarino foi peremptória acerca do momento alto da noite.
“Foi o Desfado, sem dúvida”, disse, antes de elogiar a iniciativa dos cofres.
Um jardim dedicado ao amor
No Jardim do Amor foi colocada uma ampliação, em metal, do coração que é o símbolo do concelho e dois tronos feitos em pedra de Moleanos (localidade no concelho de Alcobaça). Estas esculturas são da autoria de Thierry Ferreira e Renato Franco, que criaram ainda os cofres e as chaves que os abrem. Estes 700 cofres, inseridos no muro do jardim, destinam-se a depositar as juras de amor dos apaixonados.
Os românticos interessados em ali deixar a sua mensagem compram um saco reciclável que contém uma pequena garrafa de ginja e uma maçã cistercienses, uma miniatura do coração (símbolo de Alcobaça), um pergaminho onde se escreve a mensagem, uma bolsa de chita feita no Centro de Educação Especial local (onde se pode guardar o pergaminho) e as duas chaves que abrem o cofre onde se guarda a mensagem.
O kit está à venda no comércio local e tem um custo de 20 euros, sendo que ao fim de três anos é necessário renovar o espaço onde ficam as mensagens.
Alcobaça tem apostado na “rentabilização” da história de Pedro e Inês, tal como, por exemplo, Verona tem feito com Romeu e Julieta, uma das histórias de amor mais conhecidas de sempre, da pena de William Shakespeare. Só que aqueles são apenas dois personagens de um livro, cuja história passa por Verona. Mas D. Pedro e D. Inês são personagens que, de facto, existiram.






























