Chama-se Isabel Costa e é uma actriz caldense que integrou o elenco de “Encontro Silencioso”, do realizador Miguel Clara Vasconcelos. O filme ganhou o prémio da 14ª edição do Festival Internacional de Cinema Independente – Indie Lisboa – na competição nacional e é uma reflexão sobre as praxes académicas.
Encontro Silencioso é a primeira longa metragem do realizador Miguel Clara Vasconcelos que venceu o Prémio do Indie Lisboa que distingue a melhor proposta nacional. A caldense Isabel Costa, de 25 anos, é uma das actrizes deste filme de 83 minutos onde cinco estudantes resolvem organizar um ritual místico. As filmagens decorreram na Serra da Lousã e a intérprete caldense gostou de fazer parte deste projecto que pretende reflectir sobre a temática das praxes, sem esquecer de referir a tragédia que teve lugar na praia do Meco há cinco anos. Por causa destas práticas, seis jovens universitários perderam a vida.
Uma das imagens de “Encontro Silencioso”, rodado na Serra da Lousã, que aborda a temática das praxes | D.R.
“Somos todos anti-praxes, incluindo o realizador”, explicou a actriz à Gazeta das Caldas, referindo-se a quem esteve ligado ao filme.
Isabel Costa formou-se no Conservatório Nacional e, além da representação, vive ligada ao mundo da arte, dos museus e galerias. Faz parte do grupo de teatro “Os Possessos” e já integrou o elenco de peças como “Rapsódia Batman” e “Marcha Invencível”.
A caldense também lecciona Português a estrangeiros e mantém ligação à sua terra natal, bem como a Óbidos, onde tem família e amigos. Recorda com muito gosto o facto de ter estudado até ao 9º ano na EBI de Santo Onofre e de manter amigos dessa época.
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“Uma história que pode disparar em qualquer direcção”
Depois de uma longa carreira de curtas e médias metragens, Miguel Clara Vasconcelos quis retratar o universo das praxes académicas. Em Encontro Silencioso “procura na mitologia tradicional uma leitura para a contemporaneidade, tentando compreender a nossa herança histórica e o nosso presente político”, explica nota sobre o filme.
Segundo a justificação do júri do festival, este filme “é lúdico, inventivo, desde o primeiro plano que desce do céu, até aos jogos sádicos na lama e as sequências nas cavernas e por baixo de água”. Nele “sente-se que a história pode disparar para qualquer direcção. E isso é algo muito raro”.
O IndieLisboa seleccionou 296 (94 longas e 202 curtas metragens) para as 10 secções do 14º festival. Destes, 45 foram produções nacionais (12 longas e 33 curtas metragens). O Indie teve lugar entre 3 e 14 de Maio em Lisboa na Culturgest, Cinema São Jorge, Cinema Ideal, Cineteatro Capitólio e Cinemateca Portuguesa. N.N.