“Cerâmica a quatro mãos” é como se designa a exposição que abriu a 19 de Julho e vai estar patente no Museu de Cerâmica até 29 de Setembro. As obras pertencem ao casal Victor Mota e Helena Brito e foram feitas de propósito para esta iniciativa onde se celebra os 32 anos de dedicação à cerâmica destes dois artistas.
Texto e Foto
tos: Natacha Narciso
nnarciso@gazetadascaldas.pt
Quando surgiu o convite do Museu de Cerâmica há um ano, Victor Mota e Helena Brito aperceberam-se que não tinham espólio referente aos 32 anos que já dedicam à cerâmica. Por isso, decidiram fazer novas obras sobre os temas que sempre trabalharam ao longo dos anos: figuras religiosas, de santos, figuras femininas ou personagens
. Os autores conceberam bules artísticos e criaram vários tipos de animais em grés e em faiança. Podem ser apreciados touros, cavalos, rãs, caracóis e pombas.
“Recriámos obras que fizemos ao longo de toda a nossa carreira, melhorando-as estética e tecnicamente”, contaram os artistas, que têm 77 peças em exposição. Ambos explicaram que não se trata de uma mostra antológica, mas sim de uma exposição de obras criadas nos últimos três meses.
“Temos estilos bem diferenciados”, disse Victor Mota, autor ligado sobretudo à forma e que gosta de dar configurações abstractas às suas propostas. Helena Brito gosta de trabalhar a cor e a matéria. “Adoro o mar, não posso viver sem ele”, contou a autora enquanto mostrava grandes pratos, profusamente decorados com motivos marítimos. Apesar de terem feições contemporâneas, estas obras inspiram-se na tradição naturalista caldense.
Victor Mota e Helena Brito formaram-se no Cencal no final dos anos 80, numa altura em que era florescente o trabalho na indústria. Ambos foram modeladores e só mais tarde é que se dedicaram à cerâmica de autor tendo criado o Atelier Linhas da Terra.
O casal de autores contou com a colaboração do filho, Afonso Mota na produção dos materiais gráficos desta exposição. A inauguração desta mostra contou com a presença de dezenas de amigos, familiares e de formandos estrangeiros que residem na região e que aprendem a fazer cerâmica no atelier deste casal.
“Cerâmica a quatro mãos” vai estar patente no Museu de Cerâmica até 29 de Setembro.































