A arte têxtil de Marina Rodrigues esteve em exposição nas Caldas

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Marina Rodrigues junto a algumas das suas peças inspiradas no mar e na natureza

A mostra marcou o reinício do ciclo expositivo na Loja do Sr. Jacinto, interrompido pela pandemia

“Recomeços” é a primeira exposição de Marina Rodrigues e pôde ser apreciada, a 29 e 30 a abril na Loja do Sr. Jacinto. Ao todo, estiveram expostas 17 peças, de várias dimensões, algumas delas criadas no último mês e propositadamente para a iniciativa. A mostra esteve incluída numa iniciativa do espaço dedicado ao Dia da Mãe, que contou também com a realização de ramos florais.
Depois ter começado por estudar Arquitetura e ter um percurso profissional na área da gestão empresarial, que lhe permitiu viajar por todo o mundo, a pandemia deixou-a no desemprego. Como estar parada em casa não era solução, Marina Rodrigues começou a pesquisar na internet e a ver vídeos de como fazer macramé. A procura intensificou-se, fez alguns cursos online, até que chegou à arte têxtil, onde utiliza técnicas ancestrais como a tapeçaria em tear, esmirna, o macramé e bordados. O gosto pela mistura de materiais e a redescoberta da paixão antiga pela pintura, compõem os seus trabalhos que remetem para o mar e a natureza.
A criação de cada peça parte sempre de um “mood board”onde a autora coloca as inspirações, pensamentos e a paleta de cores a utilizar. Depois de verificar, também, que tem todo o material necessário, faz o esboço do que pretende fazer, mas que muitas das vezes vem a ser alterado no decorrer do processo criativo. “Já aconteceu parar, desfazer e voltar a fazer, é assim também que se ganha experiência”, conta Marina Rodrigues à Gazeta das Caldas.
Em várias das suas peças artísticas, a autora utiliza madeira, que tem a particularidade de se tratar de pedaços apanhados na praia, que vieram na maré e que são reaproveitados de forma artística.
Há quatro anos que Marina Rodrigues vive com a família na pensinsula do Baleal, depois de 40 anos a residir na capital. Foi já na localidade do concelho de Peniche que nasceu, em fevereiro de 2021, a marca Península_B (numa alusão ao Baleal, que para além de residência é a sua fonte de inspiração) e também os trabalhos agora expostos.
A artista trabalha e gosta particularmente das Caldas da Rainha, por se tratar de uma cidade das artes e também porque é onde encontra o burburinho da cidade, a que estava habituada quando vivia em Lisboa.
Marina Rodrigues tem divulgado o trabalho na sua página nas redes sociais (Peninsula _B). Atenta às tendências internacionais, a artista procura constantemente fazer peças diferentes, com novos tipos de suportes e de materiais. Atualmente as suas obras têm até sensivelmente um metro de diâmetro e o próximo passo será a criação de instalações de maiores dimensões, que podem ocupar em última instância, uma parede. “Quero muito explorar esta área de tapeçaria porque tem muitas possibilidades e muito por onde trabalhar”, salienta.
Esta foi a primeira exposição de arte têxtil na Loja do Sr Jacinto e também a que retomou o ciclo expositivo, que esteve suspenso devido à pandemia. Cláudia Henriques, responsável pelo espaço situado na Rua Dr. Miguel Bombarda, destacou a originalidade dos trabalhos apresentados, bem como o investimento feito pela sua autora.
“Não tenho conhecimento de outras pessoas a fazer este tipo de trabalho na região”, especificou Cláudia Henriques, dando nota que a mostra “está muito bem organizada “ e que o Sr. Jacinto “continua a ter como intuíto mostrar o que de bom se faz no nosso país”. ■

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