A Semana do Zé Povinho

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Zé Povinho está satisfeito com o facto do Centro de Educação Especial Rainha D. Leonor  (CEERDL) ter ganho o primeiro prémio BPI Capacitar 2012. Com o apoio monetário obtido, superior a 100 mil euros, pode esta prezada instituição caldense desenvolver ainda melhor o seu projecto de floricultura que dá cartas no mercado nacional, sobretudo na área das flores de corte, as coroas imperiais. Muita gente não sabe que este centro fornece, por exemplo, as cadeias Lidl e Pingo Doce e que a sua equipa de 14 colaboradores da floricultura integra nove com  incapacidades. O proporcionar emprego a estes elementos acabou por ser determinante para o CEERDL se sagrar vencedora do primeiro prémio (ex-aequo com o Centro Comunitário Paroquial da Ramada, de Odivelas) atribuído no âmbito da responsabilidade social do BPI.
Pelo esforço de sempre, pelo rigor e pela organização da instituição, Zé Povinho faz-lhe uma vénia e espera por muitos e mais projectos florescentes, como é este da floricultura.

Os leitores de Zé Povinho são os primeiros a não se surpreenderem com o facto de nos últimos meses as figuras escolhidas para a sua apreciação serem invariavelmente personagens de índole nacional e internacional. A tal não é alheio a crise económica e social que se vem agravando na União Europeia e muito especialmente em Portugal.
Daí que a escolha recaia com frequência em personagens que antes nem se ouviam falar no quotidiano da maioria dos portugueses, mas que determinam, dura e permanentemente, a vida dos portugueses do Minho à ilha do Corvo, como sói dizer-se.
Por tudo isto, Zé Povinho não ficou indiferente à visita de menos de seis horas a Portugal da chanceler alemã Ângela Merkel na passada segunda-feira, durante a qual garantiu que “Portugal vai conseguir cumprir o memorando de entendimento com a troika”. Ora acontece que em Portugal não há mais do que uma mão cheia de comentadores, especialistas ou responsáveis que o diga. Zé Povinho não se espanta que a chanceler alemã diga isso, porque é a mesma pessoa que despudoradamente afirma que “a política económica é 50% de Psicologia” e que “aquilo que nós temos é falta de confiança».
Pena que o primeiro-ministro português, Passos Coelho, esteja tão cego, surdo e mudo. Em vez de mostrar de alguma forma a trágica situação e, que o país e os portugueses estão a atravessar, prefere congratular-se perante a chanceler que demorou apenas dois anos a fazer aquilo que se previa demorasse seis.
Se este político acha que este é realmente o “único caminho possível”, provavelmente estará jogar a sua cabeça, uma vez que se ocorrer o que a grande maioria antecipa, ele não poderá mais manter-se no posto de primeiro-ministro e nunca terá a estátua que o seu secretário de Estados dos Transportes, Sérgio Monteiro, lhe augurou.
A verdade é que Portugal caminha a passos largos para um beco sem saída.
Por isso, e dados os sacrifícios gigantescos a que Merkel e Passos Coelhos estão a condenar o povo português, Zé Povinho não pode deixar de os acusar de tanta insensatez e insensibilidade social.

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