A Semana do Zé Povinho

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Zé Povinho é um apaixonado pelo cinema, forma de representação artística, que vem na sequência da gravura e da “banda desenhada”, que foram as artes desenvolvidas pelo seu criador principalmente na segunda metade do século passado.
Será por isso que vê com muito carinho a experiência cinéfila levada por diante pelo jovem cineasta caldense, Miguel Costa sobre o artista Ferreira da Silva.
Certamente que o mestre ceramista caldense Ferreira da Silva tinha na arte pública e em muitas obras que produziu e que estão disponíveis na região, um manancial bem rico para alimentar um documentário de uma hora, que teve como cicerone alguém que conhece melhor a sua obra: o também caldense João Bonifácio Serra.
As conversas que Miguel Costa mantém com Ferreira da Silva mostram bem a alma e as preocupações que ainda hoje o mobilizam na sua batalha quotidiana de produzir mais arte.
Zé Povinho acha que, com meios modestos, não envolvendo grandes recursos ou custos, Miguel Costa conseguiu deixar um testemunho para o futuro daquele que foi um dos ceramistas e artistas que viveu mais anos na cidade das Caldas da Rainha e que por ela e pelas suas condições naturais nutre mais admiração, reconhecimento e sentimento.
Zé Povinho acha que Miguel Costa fez um trabalho que há muito se esperava.

Terminou mais uma Olimpíada e o presidente do Comité Olímpico de Portugal está, novamente, no centro das atenções pelo cumprimento pouco promissor dos atletas portugueses e pela falta de medalhas.
Já em 2008, depois das olimpíadas de Pequim, Vicente Moura não foi poupado a críticas, então pelo presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, quer pela Comissão de Atletas Olímpicos.
Nessa altura e após Pequim, o Comandante anunciou que não se recandidatava a novo mandato, admitindo o falhanço dessa missão para a qual tinha projectado cinco medalhas. Mas no dia seguinte deu o dito pelo não dito e avançou, sob a promessa de operar mudanças essenciais no sistema desportivo.
Passados quatro anos na caminhada para Londres não quis fazer prognósticos, mas lá disse que para quem compete o objectivo deve ser o pódio.
É verdade que o esforço dos atletas portugueses foi meritório, mas apenas a dupla da canoagem conseguiu a tão ansiada medalha. Manifestamente pouco para as expectativas do povo e para o potencial de alguns dos atletas.
As mudanças prometidas por Vicente Moura parecem ter ficado no saco, cada federação continuou a trabalhar por si e para si e o resultado final é modesto. Alguns atletas chegaram à prova fora de forma e os principais candidatos a medalhas foram afastados ainda antes do Jogos com lesões, casos de Naide Gomes e Nelson Évora.
Agora o Comandante revolta-se contra o sistema desportivo português, alegando que não existe uma política desportiva coerente, nem tão pouco um programa de detecção de talentos. Vicente Moura foi mesmo mais longe e sugeriu esta semana que se o objectivo é ter medalhas no imediato há muitos atletas africanos com vontade vir para a Europa.
Zé Povinho acredita que este caminho iria desvirtuar o desporto português e desanimar os muitos jovens que por cá praticam a sua modalidade com o sonho de chegar ao topo. Esta declaração parece mesmo ser um baixar de braços de Vicente Moura, que assim termina sem glória o seu tempo de regência no COP e abre espaço para que entre sangue novo para o comité.

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