O Oeste teve dois representantes nos Jogos Olímpicos de Londres: João Silva, triatleta da Benedita, e Telma Santos, badmintista de Peniche. É verdade que nenhum deles trouxe medalhas, muito menos títulos olímpicos, tão escassos na nossa história em mais de 100 anos que as olimpíadas dos tempos modernos já levam. Mas nem por isso deixa de ter sido meritória a prestação destes atletas em terras de Sua Majestade.
A primeira a entrar em acção foi Telma Santos, no Torneio Olímpico de badminton. Não conseguiu passar sequer a primeira fase, mas alcançou um feito inédito para o badminton português – foi a primeira portuguesa de sempre a vencer um jogo no torneio olímpico, entre homens e mulheres. Venceu o primeiro jogo, foi derrotada no segundo, por uma das melhores jogadoras do mundo, que lhe tirou a veleidade de estar entre as melhores 16.
Na passada terça-feira foi a vez do beneditense João Silva entrar em prova no triatlo. E que bem que esteve. Foi protagonista na perseguição a um grupo de favoritos em fuga, e conseguiu mesmo apanhá-los, para depois liderar a transição para o último segmento da prova, a corrida. Ter-lhe-ão faltado forças para repetir o feito de vencer, hábito que vem criando nos últimos anos. Mas o nono lugar final, num ano marcado por lesões, não deixa de ser extraordinário para um atleta que ainda tem pelo menos dois ciclos olímpicos pela frente.
Dois atletas a representar Portugal ao mais alto nível e que devem servir de incentivo aos vários jovens com muita qualidade que lhes seguem no encalço, como o tenista Frederico Silva, a barreirista Eva Vital, ou a nadadora Victoria Kaminskaya. O Oeste tem razões para ter orgulho dos seus atletas. Zé Povinho tem.
A Primavera árabe iniciou-se há mais de ano e meio e ainda não se conhecem as consequências em todos os países percorridos por essa lufada de ar fresco. Contudo, um dos países em que esse processo está a ser marcado por milhares de mortos é a Síria, país situado numa zona de confronto entre religiões, ideologias e interesses.
Por ser um país com menos recursos do que alguns dos outros, nomeadamente a Líbia, que mereceu logo a decisão de intervenção directa por parte de algumas potenciais ocidentais e o silêncio consentido da Rússia e da China, desta vez a história está a ser outra, para mal dos pecados dos próprios sírios.
Bashar al-Assad, actual líder do país, cargo que herdou de seu pai em 2000, parece não estar a entender o presente momento e não consegue nem quer encontrar uma saída pacífica.
Como em todos os regimes autocráticos, a solução que encontra para resolver as contrariedades políticas com os seus opositores é a violência. Violência essa que não tem limites, quando muitos dos seus próprios seguidores, desertam, abandonando-o cada vez mais à sua sorte.
Não fosse a Rússia e a China, que por razões geo-estratégicas e políticas continuam a dar-lhe guarida, já a situação podia ter sido resolvida, fazendo-se uma eventual democratização, com eleições directas, como nalguns dos seus vizinhos aconteceu.
Zé Povinho também não consegue perceber muitas das mudanças que têm ocorrido nos países árabes, mas pelo menos nesses não tem visto as carnificinas que a Síria tem mostrado ao mundo, vindas de parte a parte. Coitado do povo sírio, que não conta com ninguém para lhe minimizar as dores.
Bashar al-Assad é neste momento o principal obstáculo para uma solução negociada e é ele o principal responsável pelas decisões surgidas de tudo ou nada, que têm como resultado milhares de mortos.
































