Também era luxemburguesa e chamava-se Renée aquela que foi a única refugiada da II Grande Guerra que acabou por ficar a viver nas Caldas da Rainha.
Renée Liberman, que tinha 16 anos quando fugiu com a família para Portugal, ganharia o apelido Costa e Silva quando casou com o médico caldense que então dava consultas à comunidade de refugiados nos anos quarenta. A jovem, que sabia várias línguas, servia de intérprete ao clínico quando este atendia os pacientes. Casaram-se no fim da guerra e Renée viveria toda a sua vida nas Caldas da Rainha.
Numa entrevista que concedeu à Gazeta das Caldas em 1991 contava como o pai ficou desiludido quando chegou a Lisboa e o mandaram com a família para as Caldas da Rainha em vez de ir para o Estoril tal como desejava. Mas conta também a surpresa que foi encontrar uma cidade acolhedora e uma Praça da Fruta onde havia de tudo depois de terem passado dificuldades em França numa altura em que, devido à guerra, os alimentos escasseavam. Renée Liberman só chegaria às Caldas em 1942 porque viveu ainda dois anos em Bourges na França livre (ainda não ocupada pelos alemães).
A vinda para Portugal, via Barcelona, Madrid e Marvão foi uma odisseia. “Mas de repente caímos no paraíso, nas Caldas havia de tudo! Era um milagre!”, contou na altura
Morreu em Outubro de 2005 com 81 anos.
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