Papelarias das Caldas preparam regresso às aulas

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Na papelaria Pitau foi criado um espaço só para a entrega dos manuais

As papelarias Pitau e Jardim adaptaram-se para preparar o regresso às aulas neste ano atípico e proporcionar segurança. Apesar da pandemia, o trabalho é o de sempre, em duas casas onde há mais de 30 anos se vendem os manuais escolares

Na papelaria Pitau já era hábito criar um espaço específico para a entrega dos livros, mas este ano o proprietário, João Serrenho, decidiu adaptar aquele que era o armazém (em frente à loja do Bairro dos Arneiros) num ponto de entrega dos manuais escolares, com três balcões independentes (com entradas e saídas separadas). “Isto permite uma menor aglomeração de pessoas e um atendimento mais rápido, reduzindo os tempos de espera e mantendo os critérios de segurança”, explica.
Na loja foi adoptado um sistema informático para direccionar as senhas para cada balcão.
Nesta fase tem tudo corrido bem, com elogios da parte dos clientes à nova organização. Elogios que são recíprocos: “as pessoas têm um civismo extraordinário e respeitam o espaço e as regras”.
João Serrenho tinha pensado tornar este armazém num ponto de entrega, mas das listas escolares, só que a questão dos manuais tem-se atrasado. “As editoras tinham previsto fazer manuais para 10 a 15% dos alunos e subitamente vêem-se obrigadas a fazer para a totalidade”, explica, esclarecendo que se têm registado atrasos na entrega. “Até meados de Agosto tínhamos stock e correu tudo bem, mas agora as editoras estão a entregar cerca de 40% dos títulos pedidos”, lamenta.
“O que mais gostamos é de entregar as encomendas completas”, assevera.
Com a mudança do fluxo dos clientes para os manuais escolares a ser direccionado para fora das lojas, “há espaço nas lojas para os clientes fazerem as compras em segurança”, sustenta o empresário.
Há 32 anos neste negócio, o empresário sente as pessoas “curiosas e pessimistas” em relação ao regresso às escolas. Na Pitau entregam-se todos os anos dezenas de milhares de livros. “Já entregámos mais de um milhão de livros”, exclama, orgulhoso, João Serrenho, salientando que “não nos preocupamos com a escola só nesta semana, é um objectivo e uma preocupação permanente”.

“Organização é fundamental”

Paulo Lopes é o proprietário da Papelaria Jardim e também vende manuais escolares há cerca de 30 anos. “O trabalho este ano é igual, só o telefone é que toca mais vezes, porque as pessoas preferem ligar para terem a certeza de que podem vir buscar”, conta. “Ao nível do volume de trabalho e de vendas também se mantém dentro do que tem sido”.
Em termos de mudanças no espaço físico, além da colocação do dispensador de álcool-gel, das máscaras e do distanciamento, não foram necessárias outras medidas.
Também ele tem sentido algumas dificuldades com os atrasos na entrega dos manuais por parte das editoras. Apesar de ser um ano atípico, Paulo Lopes encara-o com a normalidade conferida pelas praticamente três décadas de experiência. “Recebemos mais de 1300 encomendas”, contou, salientando que “é preciso estofo e a organização é fundamental”.
Uma diferença que tem sentido para os outros anos é que nalguns casos, em vez de vir a família comprar o material vem apenas um elemento. “As pessoas têm sido muito respeitadoras e a maioria compreende e cumpre as regras”, elogiou. Outra mudança é que tem existido maior procura para forrar livros.

Na Papelaria Jardim o trabalho mantém-se igual, mas o telefone toca mais vezes
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