Eutanásia divide posições de deputados caldenses

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O projeto de lei que despenaliza a morte medicamente assistida foi aprovado no Parlamento, a 29 de janeiro, com 136 votos a favor, 78 contra e 4 abstenções, tendo seguido o diploma para promulgação do Presidente da República.
Assunto controverso, não reuniu consenso, também, entre Sara Velez, do PS, que votou favoravelmente o documento, e Hugo Oliveira, do PSD, que votou contra.
À Gazeta das Caldas, a socialista justifica a posição com a conceção que tem da vida e da dignidade com que a mesma deve ser vivida. Considera que, nas circunstâncias definidas, o texto aprovado “é bastante equilibrado e contém todas as balizas que devem ser tidas em conta em circunstâncias limite em que essa escolha se coloque”. A parlamentar entende que, perante essas circunstâncias limite, “temos de poder ter uma palavra a dizer sobre o modo como queremos morrer”.
Opinião diferente foi manifestada pelo social-democrata Hugo Oliveira, que votou contra. Tanto o PS como o PSD deram liberdade de voto aos seus deputados e a decisão do caldense prendeu-se com o facto de entender que devia ser feito um referendo à população. Para além disso, refere que este não foi um assunto que tenha sido discutido quando se propôs a deputado à Assembleia da República e que não tem uma posição definida. “Preservo muito o valor à vida e, ainda que o sofrimento possa ser muito, tenho muita dificuldade a aceitar que não se tenha em conta esse valor”, disse.
O projeto de lei aprovado define como “eutanásia não punível” a “antecipação da morte por decisão da própria pessoa, maior, em situação de sofrimento extremo, com lesão definitiva, de gravidade extrema, de acordo com o consenso científico, ou doença incurável e fatal, quando praticada ou ajudada por profissionais de saúde”. ■

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