Empresa caldense aposta em jardins sustentáveis

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Os sócios Ivan Anunciação e Miguel Machado num jardim de plantas xerófilas

A Xero Gardens é especializada em fazer jardins auto-suficientes em termos de água. Para além da poupança na rega, também se caracteriza por uma menor aplicação de produtos fitofarmacêuticos e a necessidade de pouca manutenção

O nome da empresa – Xero Gardens – deriva do grego xero, que quer dizer seco e, numa aplicação à jardinagem, consiste na elaboração de jardins sem necessidade de rega. É essa a aposta dos sócios Miguel Machado e Ivan Anunciação ao quererem fazer na região jardins onde incluem plantas autóctones (da flora nativa portuguesa) como a oliveira, o loureiro, o medronheiro, alecrins, lavandas, e também catos, que conseguem sobreviver apenas com a água da chuva e que não precisam de rega durante o verão. “No fundo, é levar a paisagem exterior para dentro do jardim e torná-lo sustentável”, explica Miguel Machado.
Os empreendedores garantem que se consegue fazer um jardim bonito apenas recorrendo às plantas xerófitas e já se regista alguma procura, sobretudo entre as pessoas com mais preocupações ambientais.
Os belgas e holandeses são particularmente sensíveis a este tipo de jardinagem e os empresários caldenses querem agora sensibilizar os portugueses para esta prática. Nos espaços utilitários a solução passa por recorrer à relva sintética, por uma questão de limpeza e acabamento, mas também de sustentabilidade.
“A relva natural tem um consumo de sete litros de água por metro quadrado, o que é um exagero em termos ecológicos “, diz Miguel Machado, salientando que no mercado já existe este produto artificial com uma boa relação qualidade-preço.
“Nas zonas de canteiro tentamos fazer sempre coberturas de solo, para não haver evaporação da água e existem várias opções, como a casca de pinheiro ou inertes, depende também do gosto do cliente”, concretiza Ivan Conceição.
De acordo com os empresários, através deste conceito é possível poupar cerca de 75% de água em relação a um jardim convencional. Na outra empresa de jardinagem que Miguel Machado possui (Jardins Raiz Quadrada) faz a manutenção de dois jardins que consomem 12 mil litros de água, cada um, em pleno verão.
“Esta forma de jardinagem permite levar os consumos a zero, utilizando só a água da chuva” diz, especificando que a exceção é o primeiro ano de instalação, em que poderá ter de haver alguma rega para que as raízes se desenvolvam e as plantas se agarrem ao solo, mas depois não precisam de mais.
Este tipo de jardim também tem uma baixa manutenção, o que permite menores gastos com maquinaria e para o cliente também se traduz em custos mensais mais baixos. Também a aplicação de produtos fitofarmacêuticos é menor. ■

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