Caldense criou empresa de decoração durante a pandemia

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A caldense mostrando um dos trabalhos que a própria fez em macramé

Adriana Saraiva ficou desempregada durante a pandemia. Fechada em casa, a caldense criou uma empresa online que já deu a conhecer na TV.

 

Adriana Saraiva
empresária

A jovem caldense, que tem cinco irmãs e um irmão, formou-se em Gestão de Turismo na EHTO. Trabalhou em unidades hoteleiras como o Sheraton, no Porto e em Lisboa. Há dois anos partiu como voluntária para Gaziantep, na Turquia. Ensinou Inglês, artes e jardinagem a crianças sírias, turcas e afegãs colocadas em centros de educação não-formal de apoio a refugiados, em orfanatos e num hospital de oncologia. Quando puder, pretende voltar àquela região do globo

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Adriana Saraiva viu-se desempregada em março do ano passado. A empresa onde prestava serviços, por causa da pandemia, “foi forçada a aplicar o despedimento coletivo”, contou a jovem à Gazeta das Caldas. Mas ela não se deixou abater e começou a elaborar peças em macramé e a desenhar retratos (a lápis, caneta e marcador), primeiro para oferecer e, depois, para vender.
Por ser uma doente de alto risco, dado que sofre de duas doenças crónicas – Lúpus Eritematoso Sistémico e Síndrome do Anticorpo Antifosfolipídeo (SAF) – optou por não procurar trabalho por contra de outrém, fugindo, desse modo, ao risco de contágio.
A caldense, de 25 anos, sempre apreciou decoração de interiores e decidiu, então, criar o negócio próprio. Foi durante o início de confinamento que Adriana Saraiva teve as primeiras ideias e o conceito para a sua marca: a Sweet Home. Contou com a colaboração “preciosa” do namorado, Alexandre Reis, 26 anos, nas vertentes de gestão e logística deste projeto cujo logótipo é de Inês Castro Pinto, também das Caldas.
A empreendedora decidiu focar-se apenas nas peças de macramé e nos retratos.
Já durante o ensino secundário, a jovem tinha desenvolvido o gosto pelo desenho em Artes Visuais, continuando a ser uma constante na sua vida, já que lhe proporciona grande tranquilidade. O gosto pelo macramé surgiu, mais tarde, quando uma das irmãs lhe ensinou os primeiros nós.

Um porta-revistas da autoria desta empresária caldense
São best-sellers as fitas para os óculos e também há propostas para as máscaras

“Gostei da experiência, verifiquei que tinha aptidão para esta tecelagem manual”, contou a caldense, que começou a fazer peças em macramé para oferecer às amigas.
As peças de tecelagem e os retratos marcam o arranque desta marca, cujo estudo de mercado começou em abril. Um mês depois estava criada a Sweet Home. Em junho já havia página na internet e presença nas redes sociais.
Já foi aos programas “Casa Feliz” da SIC e “Você na TV” da TVI para apresentar a empresa, que aposta também na personalização dos produtos. Há peças em macramé com vários usos desde fitas para óculos (8,90 euros) até porta-cartas (42,90 euros), ao passo que os retratos de Adriana Saraiva podem ser feitos em A3, A4 e A5. Custam a partir de 20 euros e são feitos com base em fotografia.
Com o seu testemunho, quer transmitir que, apesar de ser uma pessoa de risco, neste contexto de pandemia, não se deu “por derrotada” e procurou “alternativa para a situação de desempregada”.
Segundo a caldense, são estas fases – pontuadas por várias dificuldades causadas pela pandemia – “que nos obrigam a pôr em prática os nossos planos e realizar sonhos, fazendo-nos abraçar novos projetos, mesmo com muitos obstáculos pela frente”. Por vezes, “há males que vêm por bem”, rematou a jovem, acrescentando que não lhe faltam encomendas de macramé e de retratos. Adriana Saraiva gostaria de vender as criações em lojas físicas e realizar workshops online. ■

Grupo de crianças com quem Adriana Saraiva trabalhou quando fez voluntariado na Turquia
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